O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, enviou nesta segunda-feira (23) ao Kremlin uma mensagem de condolências pela morte do presidente Boris Ieltsin.
"Recebi, com pesar, a notícia do falecimento do Presidente Boris Ieltsin. Peço-lhe aceitar minhas mais sinceras condolências pela perda do líder que conduziu os destinos da Rússia em momento de grande importância histórica. Transmito também, em nome do governo e do povo brasileiros, a nossa solidariedade à família do Presidente Ieltsin", diz o texto da mensagem de Lula, publicado na página da internet do Itamaraty.
Na Rússia, o atual presidente, Vladimir Putin, também emitiu mensagens sobre a morte do líder. "Ele foi o primeiro presidente da Rússia. Com esse título ele entra para sempre na história do país e de todo o mundo", afirmou Putin.
"Graças a ele toda uma era nasceu. A nova Rússia democrática nasceu, um Estado livre e aberto para o mundo. Um Estado no qual o poder verdadeiramente pertence ao povo", acrescentou o presidente.
O ex-presidente da União Soviética Mikhail Gorbatchev também expressou seu pesar pela morte de Ieltsin. "Expresso minhas mais profundas condolências à família do morto, nos ombros de quem recaem grandes méritos e sérios erros no país. Um destino trágico", afirmou.
Pelo mundo
Além da nota de Lula, o país recebeu mensagens de apoio e homenagem a Ieltsin por parte de inúmeros líderes mundiais.
O ex-presidente americano Bill Clinton, que se encontrou com Ieltsin mais de 15 vezes como presidente dos EUA durante a retomada das relações com a Rússia na era pós-Guerra Fria, classificou o presidente russo como "corajoso e firme nas grandes questões --paz, liberdade e progresso". "Ele arriscou sua vida para evitar um golpe, e depois levou a Rússia adiante através de dificuldades econômicas e crises políticas", completou.
O presidente dos EUA, George W. Bush, disse estar "profundamente entristecido' e afirmou que Ieltsin foi "uma figura histórica que serviu a seu país em um momento de grandes mudanças, desempenhou um papel-chave quando a União Soviética se dissolveu, ajudou a desenvolver a liberdade na Rússia e se converteu no primeiro líder eleito democraticamente na história deste país'.
Bush lembrou os esforços do presidente russo para 'criar uma sólida relação entre a Rússia e os Estados Unidos', no que foi acompanhado pelo secretário de Defesa dos EUA, Robert Gates. Em visita a Moscou, Gates se referiu a Ieltsin como 'uma figura memorável da história moderna', que 'desempenhou um importante papel na transição da Rússia para a democracia'.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, falou sobre o papel de Ieltsin no fim da divisão da era da Guerra Fria, abrindo a Rússia para o resto da Europa. 'Ieltsin será lembrado por sua participação crítica no avanço das reformas políticas e econômicas da Rússia, assim como por fomentar a reaproximação entre o Oriente e o Ocidente', disse Ban, citado por uma porta-voz.
Outras reações
"Ele representa uma época do país", afirmou o embaixador russo para a Ucrânia, Viktor Chernomyrdin, que foi um primeiro-ministro durante o mandato de Ieltsin. Ele disse que conversou pela última vez com o líder russo em 9 de abril, quando Ieltsin telefonou para lhe desejar um feliz aniversário.
O presidente da Comissão Européia, José Manuel Durão Barroso, também lamentou a morte do presidente russo, que considerou uma "referência-chave" no pós-comunismo. "Enquanto presidente, ele enfrentou enormes desafios e mandatos difíceis, mas conseguiu aproximar o Leste e o Ocidente e ajudou a substituir o confronto pela cooperação", disse Barroso
"Ele podia ser mal-humorado e introspectivo, mas uma vez que era seu amigo, era amigo para sempre", declarou o ex-premiê britânico John Major à rede britânica de informação BBC.
"Boris Ieltsin foi uma grande personalidade da política russa e internacional, um corajoso defensor da democracia e da liberdade e um amigo verdadeiro da Alemanha. Sua contribuição para o desenvolvimento das relações entre os dois países não será esquecido", afirmou nesta segunda-feira a chanceler alemã, Angela Merkel.
O ministro sueco das Relações Exteriores, Carl Bildt, chamou Ieltsin de um dos "maiores homens de nossos tempos".
O presidente da Ucrânia, Leonid Kravchuk, que encontrou Ieltsin em janeiro durante um torneio de tênis, disse estar surpreso com a morte. "Ele parecia estar tão saudável", afirmou Kravchuk. "Sua morte foi um grande choque para mim".
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