A maioria dos habitantes da Rússia, Belarússia e Ucrânia lamentam a desintegração da União Soviética, ocorrida há quinze anos, de acordo com uma pesquisa dirigida pela agência de pesquisas Eurasian Monitor International e revelada estes dias pela agência de notícias RIA-Novosti.
O acordo de Bieloviezhski, assinado em 8 de dezembro de 1991 pelo então presidente da Rússia, Boris Eltsin; da Ucrânia, Leonid Kravchuk; e da Bielorússia, Stanislav Shushkevich, varreu URSS do mapa mundial, onde estava desde 1922.
Em 21 de dezembro desse ano, foi anunciado o surgimento da Comunidade dos Estados Independentes (CEI), Da CEI fizeram parte 11 repúblicas, sendo que os três países do Báltico (Letônia, Estônia e Lituânia) e a Geórgia não aceitaram o tratado. A recente pesquisa revela que a maioria dos pesquisados que lamentam o fim da União Soviética vivem na Rússia, totalizando 68% da população, enquanto na Ucrânia a parcela é de 59% e na Belarus, 52%.
Entre 44% e 47% dos pesquisados disseram que teria sido possível evitar o colapso, mas a maioria concorda que a União não pode mais ser restaurada, com 68% dos que sustentam essa tese habitando a Rússia, 71% a Ucrânia e 76% a Belarus.
A maioria dos entrevistados russos acredita que a unificação de seu país com a Belarus, Ucrânia ou Cazaquistão é possível. Já 64% dos belarussos foram favoráveis a uma união com a Rússia, 30% com a Ucrânia e 23% com a União Européia. Os ucranianos se dividiram de forma quase idêntica aos belarussos.
Para o líder do Partido Comunista da Federação Russa (PCFR), Genady Ziuganov, o complô de Beloviéjskaia Puchtcha foi o ''maior crime contra os povos da União Soviética e a estabilidade no mundo todo. Para satisfazer suas desmedidas ambições pessoais e conservar seus cargos de presidente, o trio despedaçou o país'', comentou o dirigente comunista.
O diretor da fundação Política Eficaz, Gleb Pavlovski, disse hoje que os acordos de Beloviéjskaia Puchtcha devem ser vistos como ''uma das maiores decisões políticas extremistas globais da história''. Esses acordos ''quebraram a ordem mundial de tal modo'' que até hoje não se sabe se a humanidade poderá evitar uma ''série de grandes guerras'', afirmou Pavlovski.
''Foi um ato de violência contra a vontade de mais de 200 milhões de pessoas, que se transformou em exemplo para todos, inclusive para as forças extremistas'', acrescentou.
A pesquisa foi realizada durante o mês de novembro na Rússia pelo Centro de Pesquisa Pública de Todas as Rússias (com 1.600 entrevistados), na Belarus pelo Laboratório Social Novak (1.107 entrevistados) e na Ucrânia pelo Grupo de Pesquisa e Marcas (2.215 entrevistados).
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