Vnechtorgbank, o banco estatal russo, comprou na terça-feira ações do grupo europeu de aeronáutica e defesa EADS, fabricante do Airbus.
Assim, o Vneshtorgbank se torna o quinto acionista do consórcio, no qual a França e a Alemanha têm 22,5% das ações; o Reino Unido, 20%; e a Espanha, 5%. Com o controle de 5% da EADS, a Rússia pretende renovar a antiquada frota da companhia aérea Aeroflot e impulsionar a criação nos próximos dois anos de um gigantesco consórcio aeronáutico nacional.
Em dezembro de 2005, Vnechtorgbank, que é o segundo maior da Rússia, assumiu o controle da montadora automobilística Avtovaz. Con estas ações o banco realiza os planos do presidente Vladimir Putin para tomar o controle de setores econômicos estratégico. Seu interesse pelo setor aeronáutico se enquadra nos planos do governo russo de aumentar o papel da Rússia nessa área.
No tempo da memória triste de Boris Eltsin a aeronáutica russa perdeu muito terreno . Sua produção atual é desprezível: os modelos de aviões civis mais recentes, como o Tupolev 204 e o Ilyuchin 96, concebidos há 15 anos, não se sustentam na comparação com o Boeing ou o Airbus.
Preocupado em fortalecer o setor, Putin deitou as bases em fevereiro para a criação de um consórcio aeronáutico unificado, o OAK, no qual reuniu as principais unidades de construção civil e militar do país. É ao OAK que acabarão por reverter as ações compradas pelo Vnechtorgbank.
O EADS é citado como o grupo estrangeiro que está em melhores condições de tomar parte nesse consórcio. Assim, haverá participações cruzadas. O EADS e sua subsidiária Airbus já estão muito presentes na Rússia. Em 2005 o EADS adquiriu 10% da Irkut, fabricante russa de aviões de caça, e o grupo dispõe de um centro de engenharia na Rússia no qual trabalham 120 profissionais.
O Vnechtorgbank comprou entre 4,5% e 4,8% das ações do EADS por US$ 1 bilhão e agora o banco pretende adquirir mais ações por mais US$ 200 milhões.
Em Moscou, os analistas financeiros disseram que a aquisição indica o desejo russo de participar da gestão do EADS. "Trata-se por enquanto de um investimento em ações, mas isso pode evoluir de maneira mais séria", explicou Ruslan Poukhov, diretor de Centro de Análise de Estratégias e Tecnologias.
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