CRÍTICA AO MANIFESTO DA VERGONHA

Recebi diversas críticas em relação ao Manifesto da Vergonha. A principal objeção é a necessidade do empregador e sua glorificação. Muitos acharam abusado comparar a relação empregador/trabalhador com o sistema de escravidão.

A diversidade é muito importante na descoberta de novas verdades. O essencial é a luta de classes criticada por Karl Marx, onde uma classe domina a outra. Por que tem que ser assim? Ficou clara a compreensão utópica de um caminho diferente. A intenção não é permanecer no debate para chegar à conclusão de quem venceu. Pretendo contribuir para enriquecimento do tema.

Historicamente o homem iniciou sua convivência com o planeta recolhendo frutos e alimentos. Tudo existia em grande abundância. Nesta fase, todos eram nômades. O homem aprimorou sua habilidade em caçar. Convivia harmonicamente com o meio ambiente. Bastava seu grupo, sua família, seu clã. Militarmente, vivia em guerrilha.

Na seqüência sentiu a necessidade de se fixar a um determinado local para preservar os rebanhos amealhados. Ganhou a tarefa de defender sua criação de outros animais e outros bandos. Havia vantagens e desvantagens.

O foco da argumentação é a existência de líderes e liderados. Não havia o dono e o servo. Mais tarde os líderes se transformaram em donos, imperadores, senhores do mundo, impondo suas vontades e determinações sobre os demais.

As comunidades contemporâneas reagem contra os imperialismos, ditaduras, monopólios, domínios, senhorios. Os liderados buscam líderes conscientes da liberdade, maturidade, humanidade.

A maior parte da relação empreendedor/trabalhador herdou um ranço terrível de domínio. Admite erroneamente que sem o dono do capital, privado ou público, não é possível o trabalho. A regra é jogar de acordo com o mando do dono ou ir para o olho da rua. Este posicionamento infeliz é escravagista. Cabe ao trabalhador executar as ordens do dono.

No mundo real esta estrutura tem sido diabólica. Na verdade, o trabalhador deve ser um parceiro de negócios e não um servo. Este reposicionamento obriga um ordenamento novo sem o totalitarismo exercido pelo gerador de emprego.

Por sua vez, o estado deve promover a geração de negócios. Todos desempregados devem, neste caso, trabalhar para a melhoria da sociedade sob o patrocínio estatal. Definitivamente nenhum cidadão pode sobreviver sem renda. Este princípio é base integral da economia participativa. Sem pessoas, sem indivíduos, sem a participação, nossa vida não se viabiliza.

Orquiza, José Roberto escritor [email protected]

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