Os regimes em vigor perseguem o fracasso. As economias produzem cada vez mais excluídos, pobres, segregados. A tese da livre iniciativa não consegue equilibrar a capacidade extraordinária de lobby dos ricos. Aí está o ponto nevrálgico da destruição dos valores que estruturam nossas comunidades. Os ricos extrapolam o autoprotecionismo. Dominam todos os mecanismos de preservação do status conquistado.
Um por cento dos mais ricos do mundo ganha mais que metade da população do planeta. Trata-se de uma desigualdade catastrófica.
De cada 3 humanos, apenas um participa do mercado de consumo. Dois estão excluídos. 2,1 bilhão têm direito de comprar a casa própria, carro próprio, e todas as regalias ofertadas pela tecnologia. 4,2 bilhão mal e mal conseguem se alimentar, se abrigar e se locomover.
As tendências são mais desastrosas. Nos próximos 20 anos, de cada 4 humanos, 3 estarão excluídos. O universo dos incluídos se reduzirá para 25% dos humanos. Hoje é 33%, um disparate.
Estas desigualdades obrigam a aceitação de uma distribuição de riquezas mais inteligente. O raciocínio é simples: quanto menor for o mercado de consumo, menor será o padrão de qualidade dos ricos. Do jeito que está é muito fácil prever um aumento importante da insegurança, da proliferação de doenças, da desestruturação social. É uma questão de lógica, meu caro Watson.
Os ricos precisam reagir enquanto os pobres permanecem calados. Os desequilíbrios estão absurdamente tencionados. De nada vai adiantar ser rico sem poder usufruir a liberdade de viver. O filme é velho. Pela ganância excessiva, os ricos correm o risco de perder tudo. É hora de acordar.
De outro lado, a sociedade precisa da participação de todos para reverter os danos ambientais e sociais. Esta tendência abre caminho para a economia participativa. Os governantes precisam encontrar uma fórmula para integrar todos os habitantes na vida social, econômica, política e humana. Precisam garantir uma renda mínima para todo cidadão. A distribuição deste custo social força uma revisão dos sistemas contemporâneos.
É muito mais caro e perigoso excluir. É muito mais interessante e inteligente incluir. Um por cento dos mais ricos nunca poderá ganhar mais que 20% dos mais pobres. A primeira medida inteligente é tributar pesadamente os mais ricos. A generosidade deles têm sido inexpressiva.
A economia participativa vai revolucionar a humanidade. O tempo concorre contra. Os humanos precisam encontrar o equilíbrio para ampliar a permanência no universo. Infelizmente o planeta terra corre o risco de se desintegrar. Falta pouco. O aquecimento já está provocando grandes catástrofes. Tudo isso sem falar na escassez de água, de alimentos, de justiça.
Orquiza, José Roberto escritor [email protected]
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