O presidente boliviano, Evo Morales com suas atitudes recentes envolvendo a nacionalização dos hidrocarbonetos, não mais está fazendo que cumprir as promessas de campanha, diferentemente de muitos políticos, principalmente no terceiro mundo., embora não fosse necessária a nacionalização eis que o que há no subsolo da Bolívia é propriedade do povo boliviano, mas o que ainda não o pertencia eram os bens confiscados das empresas estrangeiras que as exploram.
Morales foi encorajado nessa atitude pelo apoio do companheiro, o presidente venezuelano, Hugo Chavez que tem comprado a amizade dos líderes sul-americanos como Nestor Kirchner com títulos da dívida argentina; Lula com navios e aviões brasileiros e, também o próprio Morales, investindo em programas sociais na Bolívia.
Morales também se3ntiu-se encorajado pelo companheiro Lula - o presidente do País de Todos - que, embora fosse a Petrobrás, a empresa mais prejudicada com a expropriação, apoiou seu companheiro, contradizendo o Presidente da Petrobrás Sérgio Gabrielli que declarou que a empresa não mais faria investimentos na Bolívia o que seria o m´nimo que se poderia esperar, mas isso seria um sacrilégio para Lula pois seria abandonar um companheiro em dificuldades.
Lula também declarou que a Petrobrás subsidiaria uma eventual elevação do preço do gás boliviano junto aos consumidores brasileiros, o que mostrou seu completo despreparo no trato com crises de tal magnitude. Provavelmente algum assessor que pode ter sido o Ministro de Relações Exteriores, Celso Amorim, aconselhou Lula a não mais fazer declarações a respeito dessa crise o que explica a não manifestação de |Lula com relação a declaração forte de Amorim de que havia a possibilidade de o Brasil retirar o embaixador brasileiro da Bolívia o que, a propósito, fez com que Morales abrandasse seu o tom de seu discurso.
Diferentemente do que ocorre no Brasil, os líderes mundiais estão perfeitamente cientes da incapacidade de Lula para administrar crises. Kirchner, por exemplo, sabe que Lula prefere discutir futebol nas conversas reservadas e, em qualquer encontro com Lula leva uma camisa de seu time de futebol preferido. Em Puerto Iguazu, antes da fotografia cheia de sorrisos em que Morales está simbolicamente envolvendo o presidente brasileiro, Lula provavelmente lembrou a Morales a campanha do Salesiano, o ime boliviano na Copa Libertadores. Chavez teve de se inteirar do assunto, pois prefere o beisebol..
Morales com tais atitudes, provavelmente inspirou-se no líder cubano Fidel Castro que expropriou os bens de multinacionais norte-americanas o que ocasionou em um embargo econômico por parte dos EUA, mas o embargo teve seus efeitos reduzidos enquanto Cuba podia contar com o apoio do bloco comunista até a queda do muro de Berlin.. Morales como Castro, também tem um apoio. Neste caso o de Chavez que deseja fundar em contraposição a ALCA, a Aliança Bolivariana que seria composta por Cuba, Venezuela, a Bolívia de Morales, a Argentina de Kirchner e o Peru se Ollanta Humala que é mais um chavista-castrista, for eleito..
A Bolívia de Morales, diferentemente da Cuba de Castro, não sofrerá um embargo por parte do Brasil, pois, estrategicamente, a dependência do gás boliviano é inegável e até mesmo os investimentos da Petrobrás que, o contrário do que Lula declarou, cessarão, terá efeito mínimo, pois agora a PDVSA do companheiro Chavez, passará a ser a principal fonte de investimentos na Bolívia..
Morales foi agraciado pela sorte, pois o maior investidor estrangeiro em seu país que teve os bens confiscados, é uma empresa estatal de um país cujo governante não têm pulso o suficiente para tomar atitudes firmes. Morales também teve sorte, pois o gasoduto que poderia tirar a dependência brasileira e argentina do gás boliviano estará apenas nos sonhos de Lula. A sorte de Morales, contudo, não durará para sempre, pois a Bolívia necessitará de algo mais que o apoio de Chavez para que comece a crescer economicamente em níveis satisfatórios. Para tanto, é primordial o investimento estrangeiro e com uma atitude radical como a nacionalização, Morales condenou a Bolívia ao isolacionismo.
Jose Schettini, Petrópolis, RJ
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