Liberdade de Expressão, Liberdade da PRAVDA

Quando o jornal PRAVDA foi fechado em 1991 durante uma bebedeira de Eltsin (não foi a primeira, nem a segunda vez que esse jornal foi fechado), houve um núcleo de pessoas, em Moscovo, que decidiram levar o caso ao tribunal. E ganharam. Estas pessoas são meus amigos pessoais e colaboradores directos, controladores das versões em russo e em inglês, que possuem a estampa da firma PRAVDA.Ru e a estampa do logótipo da PRAVDA, tendo registado o jornal PRAVDA, fechado por Eltsin, como Jornal Electrónico PRAVDA.Ru, portanto, a continuação com meios modernos de comunicação, chegando ao mundo e não só aos russos.

Logo naquela altura, em meados dos anos 90, isso criou uma onda de pânico e levaram-nos ao tribunal para tentar outra vez silenciar-nos. Mas a Rússia estava organizada, o golpe de estado tinha falhado, a Rússia não iria entregar-se aos Estados Unidos da América e os russos podem ser muitas coisas, mas estúpidos não são.

Com a batalha ganha, levou até 27 de Janeiro de 1999 termos o direito de aparecer na Internet como PRAVDA.Ru com o logótipo da PRAVDA, nossa propriedade. Com esta grande vitória depressa crescemos e reganhámos a fama como o jornal que conta a verdade.

Simplesmente a verdade

PRAVDA em russo quer dizer VERDADE e nós, já independentes e não feudo do Partido Comunista da Federação Russa (mas também não antagonistas a ela, favorecendo uma posição que junta todas as ideias da esquerda para contemplação com direitos a espaço e respeito iguais e que defende a Federação Russa em primeiro lugar) limitámo-nos a contar….a verdade.

Não vamos ter medo da verdade, não vamos ter medo da PRAVDA. Logo após o meu ingresso nas fileiras da PRAVDA como membro da equipa ainda em 1999 (já colaborava com a PRAVDA impressa nos anos 80 e trabalhava como freelancer com uma série de publicações internacionais com vários nomes desde 1974), chamei mentirosa a Condoleeza Rice por ela ter negado que tinha declarado que a Rússia ainda constituía um perigo nas relações bilaterais.

Ela, ou a equipa dela, devem ter feito uma busca do meu nome (só na PRAVDA.Ru é que utilizo meu nome verdadeiro por tratar da verdade), e não tendo encontrado muito na altura, pensaram que seria fácil calar-me. Seguiu uma exigência de retracção e pedido de desculpas. Da minha parte, não só reiterei o que tinha dito, recusando a pedir desculpas, mas aumentei o teor da discussão, chamando a essa…..senhora?...uma mentirosa descarada, apresentando o texto da revista Le Fígaro onde anos antes ela tinha feito estas observações. A resposta: Pois….pois….tinha….tinha realmente feito essas declarações, mas….

Nossa resposta: Mas nada. Fez, ou não fez? Game, set and match. Checkmate. Game over.

A partir daí, foi só crescer e hoje basta uma busca na Internet para averiguar que somos o maior jornal russo de Internet, publicado em inglês, português e russo, para já, tendo vários milhões de leitores por dia a volta do mundo. Por qualquer razão será.

E é isso que assusta os que têm medo da verdade

Os que têm medo da verdade

Os que têm medo da verdade são os que não respeitam as regras mais fundamentais da civilização – as normas de democracia, que são discussão, debate e diálogo como preceitos básicos da resolução de crises. A aranha no centro da teia é Washington, que julga e vê tudo com lentes de tinta especial, feitas na fábrica do neo-liberalismo, imperialismo, neo-colonialismo e monetarismo capitalista, regido pelo clique de elitistas corporativos cripto-fascistas que raptaram o sistema do seu país como raptaram Slobodan Milosevic.

Os que têm medo da verdade mentem. Negam dizer o que disseram, dizem que pessoas têm coisas que não têm, vêem o que não existe e depois afirmam que sabem onde está, e por aí fora – aliás é precisamente o que vimos no caso do Iraque.

Os que têm medo da verdade têm medo dos que dizem a verdade e tentam por todas as maneiras silenciá-los.

Silenciar os que dizem a verdade, silenciar a PRAVDA

Depressa começaram a tentar bloquear o e-mail da PRAVDA, no mail.ru mas depois de mudar-mos para uma conta yahoo.com ficou mais difícil. Depressa descobriram meus e-mails pessoais, incluindo um que era só de uso particular e que era divulgado a uma pessoa, minha esposa.

Começaram com uma chuva de ameaças de morte, em inglês. O teor dos meus artigos aumentou em intensidade de ataque ao regime de Bush a aos regimes covardes que lambiam as suas botas. Mudaram de táctica, tentando raciocinar comigo, pedindo “esperemos que não seja tão duro nas suas críticas dos Estados Unidos da América”.

Depois a táctica do policial bom e o policial mau, um a dizer que entendia nosso ponto de vista e o outro a ameaçar, sempre no mesmo dia, sempre um mail atrás de outro, sempre num inglês norte-americano.

Agora, começaram a interferir com o correio, a tentar bloquear o site e por aí fora. Vem então a minha resposta, e peço desculpa desde já, a esses filhos da puta:

Eu como jornalista da PRAVDA.Ru, como director e chefe da redacção portuguesa e principalmente como pai de filhos e como Homem, só me calo e só desisto de dizer a verdade quando morro. Existe algo chamado liberdade de expressão, existe liberdade de pensamento e existe algo que se chama a verdade, ou PRAVDA, na língua de Pushkin.

Não somos nós os que andam por aí a dizerem mentiras, não somos nós os assassinos, não andamos a chacinar crianças, a torturar indefesas e a gerir campos de concentração, a quebrar todas as leis no livro e a empurrar o mundo cada vez mais perto do precipício.

Sendo que escrevo no meu próprio nome, não deverá ser muito difícil esses bandalhos de merda, que não valem nada, me silenciarem de vez. Só assim é que me calam. Até lá, pretendo continuar a dizer a verdade onde, como e quando eu quiser porque como Homem e Ser Humano, é meu direito e não tenho medo deles, nem do exército deles. Podem tirar-me a vida, mas nunca tirarão o meu nome e principalmente, o nome da PRAVDA.

Timothy BANCROFT-HINCHEY PRAVDA.Ru

Agradeço o e-mail de António Albuquerque, do Brasil, e as provas de intromissão com a correspondência pessoal do autor e da PRAVDA.Ru, que me inspirou para escrever esse editorial.

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