Luxemburgo rejeita acordo com Mercosul se Brasil ignora a Amazônia

Luxemburgo rejeita acordo com Mercosul se Brasil ignora a Amazônia

Bruxelas, 25 ago (Prensa Latina) O Governo de Luxemburgo rejeita apoiar o acordo de livre comércio entre a União Europeia (UE) e o Mercado Comum do Sul (Mercosul), se o Brasil ignora as obrigações climáticas do tratado, afirmaram hoje fontes diplomáticas.

 

O ministro de Assuntos Exteriores, Jean Asselborn, advertiu que, 'diante de um desmatamento da Amazônia que causa incêndios dramáticos', seu país 'espera que os sócios do Mercosul respeitem, inclusive antes da conclusão do acordo negociado, os compromissos do Acordo de Paris' para o enfrentamento da mudança climática.

O comunicado da Chancelaria assegura que 'Luxemburgo não poderá respaldar a assinatura do acordo se o Brasil não se prepara para respeitar desde agora suas obrigações em relação ao Acordo de Paris contraídas nas negociações com a UE'.

Segundo repercutiu, tanto o chefe da diplomacia como o primeiro-ministro de Luxemburgo, Xavier Bettel, proporão ao conselho de ministros paralisar a decisão de assinar o acordo, que foi adotado no final de julho mas ainda precisa da aprovação dos 28 Estados-membros do bloco comunitário para entrar em vigor.

O pacto da UE e do Mercosul (Argentina, Brasil, Uruguai e Paraguai), depois de duas décadas de negociações, é o primeiro dos tratados de livre comércio comunitários que incluem a obrigação de respeitar o Acordo de Paris pelo clima.

O texto reconhece que o convênio comercial constitui 'uma oportunidade histórica', mas acredita que necessita de uma mudança de rumo para garantir o 'respeito à selva amazônica, que é o pulmão do planeta' e pede 'cooperação' entre os sócios para isso.

Com esta decisão, Luxemburgo une-se à França e Irlanda, que têm ameaçado evitar a assinatura do acordo se o Brasil não respeita seus compromissos de proteção do meio ambiente.

Finlândia, que preside atualmente a UE, propôs a possibilidade de impor restrições às importações de carne do Brasil, o maior abastecedor mundial, como forma de pressionar o país para que faça mais em defesa da Amazônia.

Os incêndios nessa região da América do Sul têm gerado fortes críticas ao presidente do país, Jair Bolsonaro, conhecido por seu ceticismo sobre a mudança climática, e que é acusado de negligente na hora de proteger a região e controlar as queimadas.

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