A população de Taveiro, freguesia da periferia de Coimbra, expulsou, ontem (06), o padre da paroquia. Os contestatários acusam o sacerdote de estar a "acabar com as tradições" locais, "tratar mal as pessoas" e "afastar" os fiéis da Igreja, noticia Diário de Notícias.
Mais de uma centena de pessoas, na sua maioria mulheres, concentrou-se no largo do templo, antes da missa dominical, marcada para as 10 horas, e impediu o pároco de fazer a homilia, gritando "Fora daqui! Rua!". Apesar dos ânimos exaltados, não se registaram agressões, como confirmou a GNR de Taveiro, que se deslocou ao local.
O diferendo entre o pároco e a população já é antigo, mas a proibição decretada pelo padre de enfeitar a porta da igreja, no dia 1 de Maio, no âmbito do concurso "Portas Floridas" promovido pela Junta de Freguesia de Taveiro, é apontada como "a gota de água".
A convocatória para a reunião de ontem foi feita através de comunicado afixado nas ruas da vila. O aviso informava já que o objectivo do encontro seria "tomar uma decisão" relativamente ao pároco e por "fim, de uma vez por todas, às exigências desse senhor em detrimento dos interesses dos taveirenses". "Chegou a hora de dizer basta!", lê-se no comunicado.
Ao apelo respondeu mais de uma centena de pessoas que "já não o deixaram dizer a missa", refere Joaquim de Carvalho, "nascido e criado em Taveiro, que também esteve presente. Perante os protestos da população contra decisões do padre de acabar "com as tradições e algumas festas da terra", ou por se recusar a fazer casamentos ao domingo, "Ele foi-se embora com o rabo entre as pernas como se costuma dizer", relata um dos manifestantes. Entre os argumentos dos paroquianos estão ainda queixas de que "trata mal as pessoas mesmo durante a missa".
José Maria Barroca, presidente da Junta de Freguesia de Taveiro, que há vários anos mantém um diferendo com o padre, fala em "faltas de respeito sucessivas" por parte do pároco, que leva a população a "ir à missa às freguesias vizinhas".
"Farta de ser maltratados", diz o autarca, a população concentra-se hoje à tarde no largo da igreja e desloca-se ao Paço Episcopal. "Vamos colocar a questão ao bispo para que seja aqui colocado um outro padre". O JN tentou ouvir o pároco, mas este nunca atendeu o telefone.
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