Veterano de muitas guerras em Cannes, Ken Loach finalmente ganhou sua Palma de Ouro por "The Wind That Shakes the Barley". Loach não estava entre os mais cotados para receber a Palma, mas ela é honrosa e premia um grande diretor que também é um dos últimos defensores do cinema como uma arte realista. Seu filme retrata a Irlanda dos anos 1920, no qual ele investiga o imperialismo inglês e usa um episódio do passado para iluminar o presente (o apoio de Tony Blair a George W. Bush no Iraque).
"Volver", do espanhol Pedro Almodóvar, e Babel, do mexicano Alejandro González Iñárritu, eram favoritos para ganhar a Palma de Ouro, junto com Marie Antoinette, de Sofia Coppola, que apareceu como um possível candidato à Palma nas vésperas da premiação, segundo observou o enviado especial do Estado.
Outro favorito, o mexicano Alejandro Gonzalez Iñárritu ganhou o prêmio de direção por "Babel". Ele dedicou o prêmio a seus filhos e disse esperar que eles o vejam, um dia, como a expressão da felicidade que um artista pode sentir.
A filha de Francis Ford Coppola que era aguardada com grande expectativa no 59.º Festival de Cinema de Cannes, depois do sucesso mundial de "Encontros e Desencontros" (2003), decepcionou com sua "Marie Antoinette" que levou uma sonora vaia em sua primeira exibição.
O prêmio de melhor atriz distribuído entre as mulheres de Volver recompensou não apenas um conjunto de mulheres extraordinárias (Penélope Cruz, Carmen Maura, Lola Dueñas, Blanca Portillo), como o grande diretor que tem investigado com tanta sensibilidade o universo feminino.
Em contrapartida, o elenco masculino de Indigénes, de Rachid Bouchareb, recebeu como uma consagração o prêmio coletivo que o júri lhe atribuiu. Jamel Debbouze, Samy Naceri, Roschidy Zem, Sami Bouajila, Bernard Blanca são todos descendentes daqueles norte-africanos (da Argélia, do Marrocos, da Tunísia), que deram para libertar a França durante a 2.ª Guerra.
Segundo "Estadão.com.br"
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