Descoberta do MIT: células em forma de estrela podem ser a chave da nossa memória

Por décadas, os neurônios foram considerados os únicos protagonistas da memória. Mas agora, pesquisadores do MIT apontam outro ator-chave: os astrócitos, células gliais em forma de estrela que podem ser responsáveis por consolidar memórias no cérebro humano.

Essas células, antes vistas como "apoio estrutural", mostram sinais claros de participação ativa nos circuitos neurais ligados à lembrança, aprendizado e tomada de decisão.

Segundo reportagem da SciTechDaily, o estudo mostra como ondas de cálcio nos astrócitos ajudam a estabilizar as conexões entre neurônios durante a formação de lembranças duradouras.

🔬 O que são astrócitos — em linguagem simples

Astrócitos são células cerebrais com formato estrelado. Elas não transmitem impulsos elétricos como os neurônios, mas controlam o ambiente químico do cérebro, ajudam a nutrir os neurônios e agora — aparentemente — guardam memórias.

🧠 Memória humana vs. memória de IA

• A IA “salva” dados diretamente. O cérebro humano forma memórias por repetição e química;
• Neurônios são como fios; astrócitos, como operadores da rede — controlando o tráfego e a força das conexões;
• A IA não esquece. O cérebro “escolhe” o que manter — e os astrócitos parecem fazer parte dessa escolha.

🔍 A descoberta do MIT, em 3 pontos

1. Astrócitos geram ondas de cálcio em resposta a estímulos específicos;
2. Essas ondas reforçam as conexões sinápticas entre neurônios;
3. Sem esse reforço, as memórias não se fixam — mesmo com os neurônios funcionando.

🌟 O que isso muda

• Podemos começar a tratar perdas de memória com foco nas células gliais, não só nos neurônios;
• Abre caminho para terapias que modulam o cálcio no cérebro;
• Redefine o que entendemos como “pensar” — envolve muito mais do que impulsos elétricos.

Aliás, o cérebro continua sendo o maior mistério da ciência. E talvez as células que pareciam coadjuvantes sejam as verdadeiras protagonistas.