Novo antibiótico promete combater superbactérias resistentes à maioria dos tratamentos

O avanço da resistência bacteriana tem sido apontado pela Organização Mundial da Saúde como uma das maiores ameaças à saúde pública global. Infecções que antes eram facilmente tratadas com antibióticos tornaram-se um desafio crescente, exigindo novas soluções para combater as chamadas superbactérias. Agora, uma nova esperança surge com o desenvolvimento da Zosurabalpina — um antibiótico inovador que mostrou eficácia contra microrganismos resistentes associados a infecções graves como sepse e pneumonia hospitalar.

Pesquisadores do Reino Unido e dos Estados Unidos estão conduzindo testes clínicos com o composto, que pertence a uma classe totalmente nova de antibióticos, diferente de qualquer outro disponível atualmente. O estudo foi detalhado em uma publicação do jornal britânico The Independent, destacando o potencial da Zosurabalpina para enfrentar bactérias gram-negativas altamente resistentes, como a Klebsiella pneumoniae e a Acinetobacter baumannii.

A principal inovação da Zosurabalpina está em sua capacidade de penetrar as defesas externas das bactérias, mesmo aquelas que possuem múltiplas camadas de proteção. Em estudos laboratoriais, o novo antibiótico foi eficaz contra cepas que já não respondiam a medicamentos tradicionais como carbapenêmicos e colistina. Além disso, demonstrou baixa toxicidade celular e perfil seguro em modelos animais.

Entre as doenças que podem ser combatidas com o novo antibiótico estão infecções pulmonares adquiridas em ambiente hospitalar, sepse causada por bactérias multirresistentes, infecções urinárias graves e até complicações pós-operatórias. O desenvolvimento da Zosurabalpina é visto como estratégico em um cenário em que os tratamentos existentes perdem eficácia e novas opções são escassas.

Especialistas destacam que, embora o composto ainda esteja em fase de testes, os primeiros resultados são promissores. Caso os estudos clínicos de fase 2 e 3 confirmem sua eficácia em humanos, a aprovação regulatória poderá ocorrer dentro de poucos anos. Organizações como a GARDP (Global Antibiotic Research and Development Partnership) acompanham de perto o processo, considerando o medicamento como prioritário.

A resistência antimicrobiana já causa mais de 1,2 milhão de mortes anuais no mundo, superando inclusive a mortalidade por HIV e malária em algumas regiões. O uso indiscriminado de antibióticos e a falta de novos medicamentos contribuíram para esse cenário alarmante. Por isso, iniciativas que apostam em abordagens inovadoras, como a Zosurabalpina, são vistas como essenciais para evitar uma era pós-antibióticos.

Enquanto isso, autoridades de saúde pública reforçam a importância do uso racional de antibióticos, tanto na medicina humana quanto veterinária. Prevenção, higiene, vacinação e vigilância epidemiológica continuam sendo estratégias fundamentais para reduzir a disseminação de bactérias resistentes — até que novas armas estejam definitivamente disponíveis.

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Author`s name Dmitriy Sokolov