Ra-ba-lha-do-res do Brasil !!!
Era desse modo, separando as sílabas dessa saudação, que Getúlio Vargas começava seus discursos naqueles grandes comícios de 1 de Maio no Estádio de São Januário, no Rio de Janeiro.
Hoje, a data passa quase imperceptível. O 1 de maio é mais um feriado.
Historicamente ele surgiu para marcar a manifestação dos operários americanos em Chicago, em 1886, em defesa da jornada de trabalho de oito horas.
Durante muito tempo, mesmo no Brasil, a data servia para assinalar as lutas de operários socialistas e anarquistas pelos direitos dos trabalhadores.
Getúlio Vargas, no comando de um processo de modernização burguesa do Brasil, percebeu antes dos demais políticos, que era preciso atender os interesses básicos dos trabalhadores como forma de introduzir o Brasil num modelo capitalista moderno.
Quando ele dizia que o Brasil tinha uma burguesia burra porque era contra as leis trabalhistas (CLT) que ele promulgou em 1934, ele estava com a razão.
Com Vargas, o 1 maio perdeu o seu significado de luta de classes e se transformou numa festa à qual deveriam se integrar empregados e patrões.
Até para caracterizar isso, o 1 de maio passou a ser chamado de Dia do Trabalho e não do Trabalhador e era sempre momento em que Vargas anunciava o novo salário mínimo, apresentado como uma bondade do Presidente e não uma conquista operária.
Hoje, as centrais dos trabalhadores estão promovendo um grande encontro, obviamente virtual, inclusive com a presença de Chico Buarque com um novo lema - Democracia, Emprego e Vacina para todos. Nesse triste Brasil de hoje, uma reivindicação quase revolucionária. O grito realmente revolucionário de "Todo o Poder para os Trabalhadores" fica para mais adiante ....possivelmente bem mais adiante.
Marino Boeira
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