No Brasil, até 3 milhões de pessoas têm câncer de pele por ano

SÃO PAULO/BRASIL - Com mais de 110 mil novos casos registrados em 2012, o câncer de pele é o tumor mais frequente na população brasileira e também no mundo, com cerca de 2 a 3 milhões de pessoas diagnosticadas anualmente.

 

Por ANTONIO CARLOS LACERDA

PRAVDA.RU

 

O melanoma é o tipo menos comum, porém mais agressivo e com altos índices de mortalidade. A boa notícia é que 83% dos pacientes diagnosticados e tratados no entre 2000 e 2007 descobriram o melanoma em fase inicial e nestes casos os índices de sucesso no tratamento variam de 85% a 100%. A pesquisa foi feita no Hospital A.C.Camargo, em São Paulo.

 

Do total de pacientes, apenas 17% souberam da doença quando a mesma já se encontrava avançada. Para eles o tratamento mostra-se mais complexo e com chances de cura reduzidas. O levantamento mostra que apenas 56% dos pacientes diagnosticados em estagio 3 vivem mais de 5 anos e o sucesso é ainda menor quando o diagnóstico ocorre em estagio 4 (quando há metástase), nos quais apenas 8% estão vivos após os mesmos 5 anos.

 

O cirurgião oncologista e diretor do Núcleo de Câncer de Pele e Dermatologia, João Duprat Neto, explica que há tecnologia de ponta no Brasil para diagnosticar precocemente a doença. "Hoje temos disponível a dermatoscopia digital e a microscopia confocal. Quando o tumor está infiltrado até 1 milímetro na pele, há cura em mais de 95% dos casos", explica.

 

Ainda de acordo com o especialista, há outros elementos que facilitam o diagnóstico cada vez mais cedo. "Pelo fato de o câncer de pele ser uma doença visível é mais fácil de ser vista por todos. Diferente do que ocorre com órgãos internos", destaca Duprat Neto que, por sua vez, elenca os principais sinais de alerta.

 

"Um crescimento na pele de aparência elevada e brilhante, translúcida, avermelhada, castanha, rósea ou multicolorida; uma pinta preta ou castanha que muda sua cor, textura, torna-se irregular nas bordas e cresce de tamanho ou até mesmo uma mancha ou ferida que não cicatriza, que continua a crescer apresentando coceira, crostas, erosões ou sangramento", detalha o especialista.

 

Coordenado pela equipe de Estatística em parceria com o Núcleo de Câncer de Pele e Dermatologia, o levantamento reuniu os dados de 490 pacientes mulheres e 574 homens de 17 a 97 anos, com média de idade de 51 anos. Desde total, 52% dos casos foram descobertos antes dos 50 anos e os outros 48% após esta idade.

 

Cuidados com a pele

 

-- Evite exposição solar em qualquer horário, principalmente na faixa entre 10 e 16 horas (horário de verão)

-- Use chapéus, camisetas e protetores solares

 

-- É importante que as barracas usadas na praia sejam feitas de algodão ou lona, que absorvem 50% da radiação ultravioleta. As barracas de nylon formam uma barreira pouco confiável: 95% dos raios UV ultrapassam o material.

-- Para o uso de filtros solares, é sugerida a reaplicação a cada duas horas. O ideal é que o Fator de Proteção Solar (FPS) seja, no mínimo, 15.

 

-- Em hipótese alguma o bronzeamento artificial pode ser considerado saudável para a pele. 

 

ANTONIO CARLOS LACERDA é Correspondente Internacional do PRAVDA.RU

 

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