Jeff Getty, o ativista californiano com Aids, que recebeu o primeiro transplante de medula óssea de um babuíno, numa tentativa desesperada de combater a doença, morreu na semana passada.
Jeff Getty, 49 anos, morreu de falência cardíaca num hospital em Joshua Tree, Califórnia, em 9 de outubro, disse à Reuters Kenneth Klueh, o parceiro que conviveu com ele por 26 anos, em entrevista telefônica. Klueh disse que Getty sofria de câncer.
Getty foi pioneiro entre os ativistas com Aids, tendo feito campanha por maior acesso aos doentes a drogas que ainda estavam em fase de desenvolvimento, apesar dos riscos desconhecidos que elas apresentavam. Em 1995 ele recebeu o transplante de medula óssea de babuíno, um procedimento controverso devido ao risco de rejeição, das ameaças que apresentava a seu sistema imunológico enfraquecido pela Aids e pelo perigo de infecções desconhecidas, segundo comunicou Último Segundo.
"Jeff sempre esteve na linha de frente das novas terapias. Ele trabalhou duro para disponibilizar novas drogas contra a Aids aos doentes... Ele queria ajudar a fazer as pesquisas avançarem", disse Klueh.
Embora o transplante fosse arriscado, os pesquisadores na época tinham poucas opções no tratamento da doença, disse Jeff Sheehy, ativista que participa do conselho de direção do centro de financiamento de pesquisas com células-tronco da Califórnia, o Instituto Califórnia de Medicina Regenerativa.
"Na época em que Jeff Getty fez o experimento, só existia um prognóstico para os soropositivos: a morte", disse Sheehy. "Aquela foi uma época sombria. As pessoas tinham a esperança de que alguma coisa surgisse, mas não havia sinais claros do aparecimento de nada que pudesse tratar o HIV, e as pessoas que contraíam a Aids morriam."
O transplante não ajudou nem prejudicou Getty de maneira evidente, e um ano mais tarde os pesquisadores descobriram os "coquetéis" de drogas para tratar os aidéticos e os contaminados com o HIV, o vírus causador da Aids.
Pesquisadores médicos dizem que o transplante ao qual Getty se submeteu os ajudou a compreender melhor as possibilidade da terapia de células-tronco para tratar o HIV e a abrir a porta aos transplantes de órgãos em soropositivos, disse Sheehy.
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