O Conselho da Federação ou câmara alta do Parlamento russo aprovou hoje por unanimidade um pedido ao presidente da Rússia, Vladimir Putin, para romper relações diplomáticas com a Estônia. A reação tanto dura foi causada pela derrubada realizada hoje (27) de um monumento aos soldados soviéticos mortos na Segunda Guerra Mundial no centro de Tallinn.
O presidente do comitê de Assuntos Internacionais do Conselho da Federação, Mikhail Marguelov, afirmou que "a demolição dos monumentos da Segunda Guerra Mundial não é assunto interno da Estônia, pois diz respeito a todos os que derrotaram o fascismo".
"Devemos reagir com calma e dar passos sérios que mostrem nossa atitude em relação a esta ação desumana", disse em Oslo o ministro de Assuntos Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov, citado pela agência "Interfax".
O vice-primeiro-ministro russo, Serguei Ivanov, afirmou que Moscou reagirá com medidas econômicas às ações das autoridades estonianas.
"A Rússia deve construir portos modernos no Mar Báltico (...) e com isso, assumir o transporte de nossas próprias cargas, sem ceder a outros Estados, entre eles a Estônia, a possibilidade de enriquecer às custas do tráfego", disse Ivanov em entrevista publicada hoje pelo jornal "Komsomolskaya Pravda".
O vice-primeiro-ministro, considerado um dos possíveis sucessores de Putin no Kremlin, disse que a resposta de Moscou incluirá ainda "outras medidas", às quais ele não se referiu.
Pelo menos tres mil pessoas se manifestaram na noite de quinta-feira contra a derrubada do monumento no centro de Tallinn, gerando violentos distúrbios, nos quais 44 pessoas ficaram feridas .
Uma delas morreu em um hospital, segundo fontes policiais estonianas citadas pela agência russa "Interfax", que acrescentou que o Governo da Estônia decidiu desmontar urgentemente o monumento devido às desordens na capital.
A maioria de estonianos étnicos (67,9%) apóia a derrubada do monumento, já que consideram que o Exército Soviético foi uma força de ocupação.
A maioria da população de origem eslava, que representa 31,2% do total na Estônia, se manifestou a favor de manter o monumento.
O monumento da discórdia, conhecido também como o Soldado de Bronze, se encontrava na ladeira de Tinismiagui, no centro da cidade, onde foram enterrados pelo menos 13 soldados soviéticos mortos em território estoniano em combates com as tropas nazistas em setembro de 1944.
O ministro da Defesa estoniano, Jaak Aakviksoo, anunciou hoje que o começo das escavações no lugar onde se acredita estar a vala comum foi adiado, sem especificar quando serão retomados os trabalhos.
"Mas o processo deve ser rápido", disse Aakviksoo, citado pela "Interfax".
Com EFE
Subscrever Pravda Telegram channel, Facebook, Twitter