O presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou hoje que as relações entre seu país e a União Européia (UE) estão abertas para a cooperação estratégica, e que a Europa não deve temer as aspirações russas.
Em um artigo publicado hoje no jornal "Financial Times" por conta da cúpula que acontecerá nesta sexta-feira, em Helsinque, entre a União Européia e a Rússia, Putin afirma esperar que seja possível construir um futuro comum.
"O passado não deve ser utilizado para nos dividir, porque não podemos voltar a escrever a história. Nosso atual objetivo é unir forças para que a Rússia e a UE possam construir um futuro comum como parceiros e aliados. A Rússia está preparada para isso, e espero que uma atitude construtiva prevaleça também na UE" afirma o presidente russo.
Segundo Putin, seu país é um membro natural da "família européia", em espírito, história e cultura.
"Quando considero o futuro de nossas relações não vejo áreas que não estejam abertas à igualdade, a cooperação estratégica baseada em valores e objetivos comuns", acrescenta.
"Quando falamos de valores comuns, deveríamos respeitar a diversidade histórica da civilização européia" afirma.
Putin ressalta que a Rússia e a UE começarão em breve a trabalhar juntas em um novo acordo que possa substituir o atual, que expira no próximo ano, e disse esperar que a cúpula da sexta-feira ajude a promover as negociações.
O presidente russo disse esperar que o trabalho sobre esse documento possa unir seu país ainda mais à UE.
Nos últimos anos, acrescenta Putin, as duas partes se transformaram em importantes parceiros políticos e econômicos, e essa cooperação não deve ser utilizada em detrimento das relações com outras nações e regiões.
"Eu pessoalmente acredito que essa política beneficiará todo mundo, inclusive a UE. Nossas relações estão mais maduras e bem estruturadas", diz Putin, que destacou que os ministros de justiça e interior das duas partes participam dos diálogos estratégicos.
"Estamos promovendo contatos nas áreas de ciência, cultura e humanitária", afirma Putin, acrescentando que as duas partes têm posições similares em assuntos como a segurança internacional.
"Apesar das diferenças táticas, temos um desejo comum de encontrar uma solução justa para os problemas internacionais mais complicados, como o conflito no Oriente Médio ou o caso iraniano", indica Putin.
O presidente afirma acreditar firmemente que o diálogo não deve ficar limitado exclusivamente a assuntos técnicos, como cotas ou tarifas, mas primeiro se deveria decidir o que ambas as partes aspiram para as próximas décadas.
EFE
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