O Comité contra a Tortura da ONU pediu a libertação imediata do preso político saharaui Abbahah
PUSL.-Segundo as nossas fontes, uma queixa individual foi apresentada ao Comitê contra a Tortura (CAT) em maio deste ano pela advogada de Abbahah, Maître Olfa Ouled. O CAT respondeu imediatamente após o pedido de medidas urgentes e pediu ao Governo marroquino que pusesse fim aoisolamento prolongado a que Abbahah está sujeito há mais de oito meses.
Abbahah dever ser libertado devido ao seu estado de saúde, disse o Comitê.
As medidas provisórias (medidas urgentes) são exigidas pelo CAT como uma proteção até que a decisão final sobre o caso seja dada.
A advogada Olfa Ouled não quis comentar sobre os procedimentos em curso no Comitê contra a Tortura, já que esses procedimentos são longos e confidenciais.
Mas a advogada de defesa de 18 presos políticos do Grupo Gdeim Izik reafirma que continuará a lutar na frente legal para proteger a vida desses homens inocentes que estão a morrer. Segundo ela, todo o grupo tem que ser protegido, uma vez que são infligidos danos propositados à sua saúde.
Abbahah está em greve de fome desde 1 de outubro, foi condenado à prisão perpétua e foi brutalmente torturado e é vítima de constantes maus tratos, assédio, racismo, abuso físico e negligência médica desde a sua detenção.
Parece que Marrocos não apenas decidiu não cumprir com a medida provisória do CAT, como ainda aumentou os maus tratos contra o Sr. Abbahah.
O Sr. Mohamed Bourial está em greve de fome desde 12 de outubro, perfazendo hoje 18 dias. Ele foi colocado numa cela de punição no dia 12 de outubro, conhecido como Kacho, uma das piores punições que tem efeitos psicológicos graves. O Sr. Bourial não tem acesso aos seus medicamentos.
Bourial também foi severamente torturado durante o seu tempo de detenção e foi sentenciado a 30 anos de prisão.
El Bachir Khadda, condenado a 20 anos de prisão, entrou em greve de fome no dia 18 de setembro, hoje está em greve há 42 dias.
Os seus órgãos internos estão gravemente afetados, ele é incapaz de andar, a sua visão é turva e o seu estado geral de saúde é o de um homem agonizante.
Khadda uma das vezes que foi torturado foi pelo facto de durante uma visita ele ter trocado um sorriso com a sua mãe. Apenas uma das muitas vezes que sofreu a brutalidade da máquina de repressão marroquina. Desde 16 de setembro do ano passado, ele foi colocado na prisão de Tiflet2 e em confinamento solitário prolongado, o que é tortura prolongada.
Khadda, Abbahah e Bourial estão na prisão de Tiflet2, a mais de 1300 km de distância de sua cidade natal e das suas famílias, esta penitenciária é conhecida por ser uma das piores prisões de Marrocos.
Hassan Dah, condenado a 20 anos, está em greve de fome desde 19 de outubro, quando foi colocado em isolamento porque apresentou uma queixa oficial contra o fato de não ter autorização para se matricular na universidade para fazer um doutoramento.
Hassan também denunciou a tortura a que foi submetido desde a sua detenção. Ele está atualmente na prisão de Kenitra, a 1200 quilômetros de El Aaiun.
Os presos políticos saharauis do Grupo Gdeim Izik, actualmente em greve de fome, estão em estado de saúde alarmante.
Estes prisioneiros que foram ilegalmente detidos em 2010 foram vítimas de detenções arbitrárias, torturas físicas e psicológicas extremas e dois julgamentos ilegais sem o mínimo respeito pela lei ou pelos direitos humanos por parte das autoridades marroquinas.
Abdel Jalil Laaroussi, do mesmo grupo, para o qual a Amnistia Internacional lançou um apelo urgente após o seu isolamento prolongado e a deteroriação do seu estado de saúde, não viu nenhuma evolução na sua situação.
https://porunsaharalibre.org/pt/2018/10/29/el-comite-contra-la-tortura-de-la-onu-ha-pedido-la-liberacion-inmediata-del-preso-politico-saharaui-abbahah/
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