Poucos dias atrás, Barack Obama afirmou categoricamente que o ditador do Egito, Moubarak, iria resistir à derrubada.
Obama não é imbecil. Não retirou esta frase da cartola, como fazia Lula. Ela foi passada pelos órgãos de inteligência, militar e civil.
Até bem pouco tempo, a CIA era acusada de não ter um só agente que se passasse por um árabe perfeito. Os serviços de informação e contra-informação não podem falhar. Deles podem partir ordens para sustar ataques, prender suspeitos, preparar uma defesa nacional de grandes proporções, enfim, pode muita coisa importante e vital.
E foi o que se viu. O velho ditador, acossado pelo povo, retirou a família do país, sinal nítido que pressentia perigo da derrocada do poder. Foi para local supostamente mais seguro, mas os egípcios não abandonavam as ruas de forma alguma. Diant e de tanta força, o exército que antes havia entrado em choque, ficou apenas observando os movimentos.
E Moubarak abandonou o poder, com a conta bancária estrangeira indisponível.
Qual a razão de tudo isto? Simples. Não podemos confiar nada nas informações americanas, e a nossa defesa sempre se valeu muito delas.
Se falham com o Presidente da República, imagine-se o resto. A ABIN que se cuide. Já é caolha, vai ficar cega de vez.
Um país não pode dispensar de um bom serviço de informações; dele depende a segurança de todos nós, num sentido maior. A cochilada norte-americana é um alerta sério.
Jorge Cortás Sader Filho é escritor
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