Vivemos o clima da revolução

A os camaradas e companheiros de todo o mundo, aos que falam português ao menos, vou falar-lhes do clima de efervescência revolucionaria que vive nossa querida e cada vez mais bolivariana América do sul, nesta matéria falarei especificamente da Bolivia, de Evo Morales e do grande líder continental Hugo Chavez.

Durante o período eleitoral boliviano ouvia se muito que o líder indígena Morales nada mais seria se não um novo Lula a implementar um projeto visivelmente socialdemocrata e sem muito "radicalismo", nos primeiros meses de mandato também ouvi muito isso, principalmente de companheiros da ala mais radical do MAS (movimento ao socialismo), porem algo mudou toda essa concepção, o anúncio do decreto "Heróis do Chaco" mudou radicalmente todo o cenário. A popularidade de Morales elevou-se rapidamente. A esquerda radical no interior do MAS voltou a aplaudir o ex líder cocaleiro. Com sua ação, Evo retomou o pleno controle do movimento social, unificou as forças populares e isolou a direita conservadora e os liberais, em especial as entidades empresariais de Santa Cruz de la Sierra, província mais desenvolvida econômica e socialmente da Bolívia, um verdadeiro gueto antinacionalista e alinhado ao projeto da grande nação do Norte.

Além de nacionalizar as reservas de gás e petróleo, o que era esperado e sabido, pois Morales defendeu a ação como bandeira de campanha, Evo expropriou os ativos da Petrobras e fez o favor de fazê-lo entrando com tropas armadas em uma refinaria da empresa, foi pela primeira vez que vi algum militar americano prestando um serviço decente ao seu pais, defendendo assim o direito legitimo do sofrido povo boliviano.

Acho que o mais lindo de tudo isso foi a repercussão internacional da assinatura do decreto, a mídia controlada pelas agencias da CIA, visivelmente soltando seu fel contra o novo governo, tratando Morales como um desajuizado, irresponsável, sem falar na crise de identidade que isso criou no povo brasileiro, povo que só exalta seu nacionalismo para falar de futebol e carnaval, sendo o governo do presidente Lula atacado pela direita por não defender os "interesses nacionais" contra a onda populista que ronda a América, pobres diabos, parece que esqueceram que a dependência do gás boliviano foi construída por eles mesmos nas duas ultimas gestões neoliberais e com a conivência do entreguismo liberal que governava a Bolívia, agora tudo isso serviu como um prato cheio para os nacionalistas de ocasião se identificarem com os interesses nacionais, os mesmos interesses que privatizaram o Brasil na era do pseudosociologo Fernando Henrique Cardoso.

E colocando mais medo e lenha na fogueira surge a noticia, verdadeira por sinal, da aliança revolucionaria entre Evo Morales e Hugo Chavez, vale lembrar que o presidente venezuelano é tido como o demônio em forma de gente pelas elites conservadores da América, elites que temem o poder quando este emerge das camadas populares, e a triade revolucionaria dos comandantes Chavez e Fidel e o índio boliviano deixam o império de cabelo em pé, pois a junção das reservas petrolíferas venezuelanas e bolivianas numa só organização, o Convênio de Energia da Alba, sob supervisão da PDVSA, coloca Chavez numa posição extremamente confortável, despontando como novo líder mundial dentro do circulo socialista e de alternativa ao imperialismo, e isso num momento em que o petróleo ultrapassa os US$ 70 por barril, a crise entre Irã e os EUA esquenta a cada dia.

As medidas adotadas por Morales com visível cumplicidade de Chavez e Fidel, são um conjunto de medidas que apontam para um profundo processo revolucionário na Bolívia. Ao lado da nacionalização dos recursos naturais do país, Evo anulou, por decreto, todos os contratos de trabalho temporários do país, obrigando as empresas a incorporarem em definitivo os trabalhadores contratados em sistema de "part-time" ou por tarefa, ou o velho Fordismo conhecido da classe operaria. A flexibilização do regime de trabalho foi anunciada em La Paz na noite de 4 de maio pelo vice-presidente Álvaro Linera, num duro discurso, com fortes citações do grande camarada Karl Marx, sobre o lugar e o papel do trabalho na sociedade. Linera destacou a humilhação histórica dos trabalhadores bolivianos. Ao final de seu anúncio, Linera, um dos maiores intelectuais marxistas da América latina, declarou que o novo decreto é o "começo do fim do neoliberalismo na Bolívia".

Ao ver todos esses acontecimentos temos a certeza de que nem tudo esta perdido, a cortina de ferro foi posta abaixo, mas a roda da historia continua viva, e a prova disso é o surgimento dessa nova onda revolucionaria no coração do terceiro mundo, os excluidos da terra se voltam contra seus senhores, buscando a tão sonhada liberdade que vem sob a espada de Bolivar.


F lavio Evandro Pereira

Francisco Beltrão

Paraná Brasil

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