Helmintos: os seres humanos têm uma forma de pele de larva migratória

Cães e parasitas: aumento da resistência a medicamentos e desafios à saúde

As ancilostomídeos caninos, um tipo de parasita intestinal, estão se tornando cada vez mais resistentes aos medicamentos anti-helmínticos à base de benzimidazol. Essas drogas são amplamente utilizadas no combate a parasitas no trato gastrointestinal de cães. Um estudo realizado por pesquisadores das Universidades de Queensland e Sydney revelou a gravidade do problema, que pode representar riscos tanto para a saúde animal quanto humana.

Principais descobertas do estudo

Ao analisar mais de 100 amostras de ancilostomídeos coletadas de cães na Austrália e Nova Zelândia, os pesquisadores identificaram que:

  • 70% das amostras apresentaram mutações genéticas associadas à resistência a medicamentos.
  • A resistência está se espalhando entre várias espécies, incluindo a ancilostomídeo do norte, anteriormente considerada não afetada.

"Este é um grande problema, já que infecções por ancilostomídeos podem ser perigosas tanto para animais quanto para pessoas," explicou o Dr. Swaid Abdullah, da Escola de Ciências Veterinárias da Universidade de Queensland.

Impacto na saúde de animais e humanos

Nos cães, as infecções por ancilostomídeos afetam principalmente o intestino delgado, resultando em:

  • anemia,
  • diarreia,
  • desnutrição.

Nos humanos, as larvas dos parasitas podem penetrar na pele, causando larva migrans cutânea (LMC). Essa condição é caracterizada por lesões serpenteantes na pele, acompanhadas de bolhas e coceira.

Por que os parasitas estão se tornando resistentes?

O professor Jan Šlapeta, da Universidade de Sydney, destacou que o uso rotineiro de medicamentos anti-helmínticos está impulsionando o desenvolvimento da resistência.

"A gestão responsável de parasitas pelos veterinários será essencial para controlar a disseminação da resistência," afirmou ele.

  • Os tratamentos devem ser baseados em uma abordagem direcionada e baseada em risco.
  • "Assim como os médicos não prescrevem antibióticos indiscriminadamente, o uso de medicamentos antiparasitários deve ser mais cauteloso," comparou Šlapeta.

O que pode ser feito?

Os autores do estudo enfatizam a necessidade de:

  1. Desenvolver novas estratégias de controle de parasitas.
  2. Implementar monitoramento contínuo da resistência.
  3. Sensibilizar veterinários e tutores de animais sobre o problema.

"Esta descoberta é um alerta para veterinários e donos de animais: a era do controle fácil de parasitas pode estar chegando ao fim," afirmaram os pesquisadores.

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Author`s name Petr Ermilin