Filmes em português terão destaque no festival de Locarno
Dia 7 de agosto começará o Festival Internacional de Cinema de Locarno, na Suíça, com um recorde - haverá quatro filmes falados em português na competição internacional.
Nunca vi isso! A principal competição no Festival de Cinema de Locarno, a internacional, terá quatro filmes falados em português, um deles brasileiro, os outros portugueses. Isso num total de 17 filmes concorrentes ao Leopardo de Ouro.
O Festival Internacional de Cinema de Locarno começará dia 7 de agosto e irá até o dia 17. Locarno é uma cidade suíça. Esse será o 72. Festival com uma novidade, a diretora artística é a francesa Lili Histin, que subsitui o diretor Carlo Chatrian, agora dirigindo o Festival Internacional de Cinema de Berlim.
O Festival de Locarno é considerado o terceiro no ranking mundial dos festiviais de cinema, precedido pelos festivais de Cannes, Veneza e Berlim.
Filme brasileiro selecionado
O filme brasileiro A Febre, de Maya Da-Rin foi selecionado para a competição internacional. O filme tem como atores Regis Myrupu, Rosa Peixoto, Johnatan Sodré entre outros. Produzido pela Tamanduá Vermelho e Enquadramento Produções.
Dos produtores temos a Sinopse do filme, ainda inédito, e uma biografia da realizadora, com curso de doutorado na Sorbonne Nouvelle, em Paris, na França. E curso de cinema em Cuba.
Sinopse do filme A Febre, selecionado em Locarno
Justino, um indígena de 45 anos, trabalha como vigilante em um porto de cargas e vive em uma casa modesta na periferia de Manaus. Desde a morte da sua esposa, sua única companhia tem sido sua filha Vanessa, mas ela está de partida para estudar medicina em Brasília.
Sob o sol escaldante e as chuvas tropicais, Justino esforçase para manterse concentrado no trabalho.
Com o passar dos dias, é tomado por uma febre forte. Em seus sonhos, uma criatura vagueia perdida pela floresta. Na televisão, o noticiário fala de um animal selvagem que ronda o bairro. Justino acredita que está sendo seguido, mas não sabe se quem o persegue é um animal ou um homem.
Biografia da realizadora
Maya Da-Rin é cineasta e artista visual. Formada em Desenho Industrial pela PUC-Rio, cursou o pós-diploma em Arte e Filosofia na mesma instituição e participou de workshops na Escola de Cinema de Cuba.
Foi artista residente no Estúdio de Arte Contemporânea Le Fresnoy, na França, onde recebeu menção de mérito do júri, e no Centro de Arte LABoral, na Espanha. Integrou a equipe de 5 longas-metragens de ficção como assistente de direção, de dois documentários como montadora e colaborou em festivais no Brasil e no exterior como júri (Festival de Santa Maria da Feira, Semana dos Realizadores, Festival de Curtas do Rio - Curta Cinema).
Realizou os documentários E Agora José? (2002), Margem (2007) e Terras (2009), o curta de ficção Versão Francesa (2011), e as instalações Horizonte de Eventos (2012) e Camuflagem (2013).
Seu trabalho foi exibido e premiado em diversos festivais e centros de arte, como o Festival de Locarno, Leipzig, Toulouse, Guadalajara, Bienal de São Paulo, MoMA e New Museum NY. Terras, lançado nos cinemas em 2010, participou de mais de 40 festivais ao redor do mundo. Atualmente, termina o mestrado em Cinema e História da Arte na Sorbonne Nouvelle - onde desenvolve pesquisa sobre os modos de figuração do animal no cinema contemporâneo, sob a orientação de Nicole Brenez - quando preparou seu primeiro longa-metragem de ficção A Febre.
Dois curtas brasileiros
Concorrem na competição Leopardo de Amanhã, dois curtas brasileiros: Carne, de Camila Kater, coprodução com a Espanha, duração de 12 minutos.
Sobre Camila Kater, a Lindekin nos dá sua biografia: Formada em Comunicação Social com habilitação em Midialogia pela Unicamp com graduação sanduíche em Film and Television Production pela Anglia Ruskin University (Cambridge, Inglaterra).
Integrante do Núcleo de Cinema de Animação de Campinas, participa como monitora de oficinas de animação para crianças e adultos. É co-criadora e coordenadora do festival de animação LESMA La Extraordinária Semana de Mostras Animadas que acontece desde 2016 na Unicamp.
Atuou como assistente de animação e de arte no longa de stop-motion "Bob Cuspe - nós não gostamos de gente" da Coala Filmes e hoje é diretora do documentário animado "Carne à Vista" financiado pela SpCine, produzido pela Doctela e recentemente selecionado para o laboratório de desenvolvimento de documentários animados Bridging the Gap do MiradasDoc 2018 (Tenerife, Espanha).
Os diversos tipos de carne
"Carne" é um documentário animado brasileiro com co-produção espanhola narrado por 5 mulheres em diferentes estágios da vida. Seus depoimentos envolvem sua relação com o próprio corpo sob perspectivas diversas e adversas. Dessa maneira, o curta apresenta uma associação irônica dos pontos de cozimento da carne com as fases da vida da mulher.
Outro curta brasileiro em Locarno
O outro curta brasileiro concorrendo em Locarno é Chão de Rua, de Tomás von der Osten, com duração de 20 minutos.
Sua biografia no Linkedin: Mestre em Arte Multimédia pela Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa. Bacharel em Cinema e Vídeo pela UNESPAR. Trabalha como editor, roteirista e diretor de cinema. Realizou os curta-metragens 'Vó Maria' (2011), 'A Invenção da Noite' (2015) e 'Chão de Rua'.
Em 2012 participou do Talent Campus Buenos Aires e em 2016 foi selecionado para o Berlinale Talents/Editing Studio, evento vinculado ao Festival de Berlim. Em 2016 concluiu sua dissertação de mestrado "O despertar ficcional da história: o cinema como contracampo da historiografia" orientado pela Dra. Susana Sousa Dias na Universidade de Lisboa. Durante o mestrado escreveu o roteiro do longa metragem histórico 'Continente', projeto que integra o Núcleo Criativo da produtora Sto Lat Filmes, contemplado pelo Prodav 03/2014, e que contou com a consultoria de Lucrecia Martel, Karim Aïnouz e Rodrigo Moreno.
Na mostra Moving Ahead, foi selecionado o curta brasileiro Swinguerra, de Bárbara Wagner e Benjamin de Burca.
O recorde português de três filmes na competição
Os filmes portugueses na competição internacional são:
- O Fim do Mundo, de Basil da Cunha;
- Technoboss de João Nicolau e
- Vitalina Varela, de Pedro Costa.
Rui Martins, estará do 7 ao 17 de agosto no 72. Festival Internacional de Locarno.
LEGENDA FOTO - Locarno, um Festival com um telão de 300 metros quadrrados.
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