Exílio
Escrever
É meu autoexílio.
Perdoem as ilhas de fantasia.
Vejo o mundo
como um peixe no liquidificador
Vê a mão
Que aperta o botão.
Sou insolúvel.
Escrevendo tiro a aura
Para dançar.
Escrevivo
para existir-me (um pouco melhor)
Numa realidade substituta.
Não me sinto bem,
entre humanos.
Sou um caco de vidro de espelho
no cérebro de minha solidão-coivara.
Às vezes me simplifico
para tentar conviver com os outros.
Tenho medo do humano pouco humano; os outros.
Não procuro rimas. Mas endorfina.
Não escrevo estrofes. Mas placebos.
Que insulina é a POESIA na minha triste amargura?
Existir é tão pouco, não faz sentido...
Preciso tomar comprimidos para acordar?
Leio as vísceras da civilização.
Para isso fomos feitos?
Caço o que fazer. A rotina mente e empareda.
Escrevo feito um surto-circuito. Perdoem os endereços.
Somos todas cobaias do inferno.
Morrer é a única saída.
No exilio de minhas escritas, dissipo escuridões e abismos, e me imanto; me neutralizo...
Às vezes escrever é uma prancha terminal de navio pirata.
Outras vezes ilha, sextante e bússola,
onde me encontro com o que resta,
De minha sanidade possível.
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Silas Corrêa Leite
E-mail: [email protected]
www.artistasdeitarare.blogspot.com/
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