PRESIDENTE DO COFECON PREVÊ PÍFIO DESEMPENHO DA ECONOMIA

O economista Synésio Batista da Costa, presidente do Conselho Federal de Economia (COFECON), afirmou nesta segunda-feira, 22, em entrevista à TV Globo, que a economia brasileira não deverá crescer mais do que “pífios 4%”, por conta das ‘exorbitantes’ taxas de juros que emperram o crescimento econômico do País, trava a indústria e o comércio e frustra a população, transferindo empregos para China e achatando os salários dos trabalhadores brasileiros”.

Na entrevista ao vivo, levada ao ar no programa Conta Corrente, da Globo News, o presidente do COFECON disparou contra a política “medrosa e acanhada” do Governo Federal. “Há um medo muito grande de uma inflação que não existe. Não há nem haverá nenhuma explosão de consumo que possa colocar em risco as metas de inflação. Houve uma mudança grande no consumidor de quatro a cinco anos para cá. Portanto, não há porque manter essas elevadas taxas de juros que vêm minando a saúde econômica do País”.

Segundo Synésio Batista da Costa, a situação macroeconômica permite plenamente que o Brasil retome o processo de crescimento com taxas acima das atuais. "Temos como fundamentos sólidos o superávit primário e risco-País em queda. Não há o que temer. Esta mais do que na hora de deixar o País crescer", disparou.

O economista afirmou também que o governo precisa melhorar os gastos públicos para contribuir com o crescimento sustentado. “Gastar sim, mas gastar bem. O atual governo não faz nenhuma nem outra coisa. E quando gasta, gasta mal”.

Salário mínimo O presidente do COFECON voltou a criticar o novo salário mínimo de R$ 350,00. "Nos anos 40, quando foi criado, era suficiente para atender a demanda de uma família. Hoje, com mais de 60 anos, o mundo é outro, as famílias têm demanda diferentes e o salário mínimo não tem mais razão de existir. Logo, deve ser extinto. Para a Previdência Social, o governo poderia criar um indicador adequado e assim acabar com esse conversa de salário mínimo". Costa defendeu um aumento radical do poder aquisitivo dos trabalhadores brasileiros como o principal mecanismo de crescimento da economia nacional, “apoiado num projeto de geração de emprego que restabeleça a dignidade dos cidadãos”. “Precisamos de um choque de gestão para que haja um real aumento nos salários, com mais empregos e crescimento econômico. Trezentos e cinqüenta reais não permeiam a saúde econômica da população brasileira". E completou: "Definitivamente, os brasileiros não suport! am mais essa situação de estagnação, de medo, de falta de ousadia para crescer. Nós, economistas, temos uma visão muito clara de que neste momento não há risco de ocorre algum processo de inflação frente a um real e significativo aumento nos salários. A inflação não volta. Na verdade, quem tem feito inflação é o governo e não os trabalhadores”, afirmou. Escassez de água Ao final do programa, ao definir "uma idéia e uma palavra", solicitada pelo apresentador Guto Abranches, o presidente do COFECON fez um sério e imprevisível alerta: “A população viverá um terrível drama da falta de água potável em todo o mundo”, explicando logo em seguida: “Se não houver uma política mundial de controle e de utilização de água, este será o elemento mais precioso e caro das próximas décadas”.

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