A corrida sucessória está de vento em popa e todos os políticos envolvidos estão em agitação constante, especialmente no tucanato de onde, ao menos de acordo com as últimas pesquisas, é a única força capaz de derrotar as pretensões de Lula, de um segundo mandato.
Os tucanos estavam tranqüilos, pois de acordo com às pesquisas, José Serra seria o algoz de Lula, mas surgiu uma pedra no caminho: Gerqaldo Alckmin que assumiu logo sua pré-candidatura, mas Serra, embora já estivesse pensando em ser presidente desde no primeiro dia no governo da cidade de São Paulo, veio levando sua indefinição até a última semana.
Fernando Henrique Cardoso que é um dos caciques do tucanato, declarou que Serra seria candidato se o povo quisesse. Serra poderia, parafraseando Dom Pedro I, declarar também: Como é para o bem de todos e felicidade geral da nação, diga ao povo que sou candidato.
Esta declaração também nos faz lembrar do período da presidência de Sarney, anteriormente a implantação do miraculoso plano Cruzado, quando alguns setores da sociedade, ao sentir que a Nova República era um embuste e pouca coisa mudara, declararam que estavam sentindo saudades de Figueiredo. Figueiredo, então, declarou: Se o povo quiser, eu volto.
O pré-candidato oficial, Geraldo Alckmin, pobre dele, que, diferentemente de Serra, não terá um emprego caso venha a ser derrotado na convenção do partido, está tentando desesperadamente obter apoio e, também, obviamente, aparecer diante da mídia o máximo possível, mas seus esforços não têm gerado os frutos desejados, pois, de acordo com a última pesquisa, está empatado tecnicamente com o showman, Anthony Garotinho que, ao contráro de Alckmin, sabe fazer política. Talvez se Alckmin falasse um pouco mais de futebol.
O showman Anthony Garoinho, a propósito, inspirou-se no governador do estado norte-americano do Alabama, George Wallace, ao convencer sua esposa a se candidatar ao governo de seu estado para que o nome da família continuasse em evidência e Wallace-Garotinho pudesse se candidatar à Presidência.
O presidente Lula que é tão candidato quanto Serra, está descobrindo, tarde demais, que um governo não se faz apenas de superávit primário. Talvez até mesmo consiga recuperar alguns pontos com a Operação Tapa-Buracos e o salário-mínimo que teve seu maior aumento real em duas décadas.
O ano eleitoral realmente faz mágica. Certamente não teríamos tapa-buracos e um aumento tão significativo do mínimo se Lula não estivesse com sua posição tão ameaçada. Fernando Henrique Cardoso, por exemplo, uma vez que não tinha sua posição, nem de longe ameaçada em 1997, pois ainda colhia os frutos do Plano Real, não precisou tapar buracos nem aumentar o mínimo. Seu slogan para a campanha de reeleição, a propósito, era: o homem que acabou com a inflação, vai acabar com o desemprego.
Estamos em ano eleitoral. Isto significa promessas, críticas aos adversários, distribuição de abraços e apertos-de-mão e, também, para os que tentam a reeleiçãoo, um aumento significativo em gastos com publicidade para a felicidade das emissoras de TV. Por exemplo, estamos conhecendo o que o Estado do Rio de Janeiro de Rosinha Garotinho e, conseqüentemente, seu Secretário de Governo, Anthoony Garotinho, estão fazendo. Também estamos sabendo que o Estado do Rio de Janeiro é um Estado que trabalha de verdade. Também estamos conhecendo as realizações do governo do País de Todos.
Uma vez que os parlamentares estão em uma febre de moralidade, reduzindo o tempo de recesso e abolindo o pagamento de salários extras durante a convocação extraordinária, uma lei poderia ser elaborada para que houvesse moralidade também no executivo: o administrador que não cumprir as promessas de campanha perde os direitos políticos por oito anos. è o que o povo quer.
Jose Schettini Petrópolis BRASIL
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