A Cimeira da NATO, que hoje começa, representa um reforço da corrida para a guerra. De facto, há dois pontos essenciais nesta cimeira: o alargamento da organização, e o aprofundamento do novo conceito de estratégia que transforma a Aliança numa organização dedicada à “guerra infinita” em qualquer momento em qualquer parte do mundo. Deste modo, a reunião é mais um passo na preparação da guerra contra o Iraque, demonstrando a hipocrisia da administração norte-americana em relação às decisões da ONU. Condoleezza Rice, conselheira de G.W. Bush, declarou hoje ao jornal Le Monde que “o Iraque é o exemplo mais característico ou mais importante do tipo de ameaça a que a NATO deve fazer frente no futuro”. Ao mesmo tempo, segundo a France Press, Colin Powell escreveu a todos os seus aliados pedindo a definição de compromissos militares para a operação contra o Iraque. Neste contexto, o governo português tem recusado qualquer informação ao parlamento sobre a implicação que está a planear. Interrogado ontem sobre esta questão pelos deputados Ana Drago e João Teixeira Lopes, o ministro da Defesa escolheu não dizer uma palavra sobre este assunto, decidindo nem sequer confirmar se a carta de Powell foi recebida. É no silêncio absoluto que se prepara a guerra, mas nem por isso a guerra será mais inofensiva.
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