A derrota do PT em Salvador

Valter Xéu*

A derrota de Pelegrino tem que ser creditada a ele, Wagner e todo o partido.

Pelegrino já tinha sido testado como candidato outras três vezes e em todas foi derrotado

Nesta quarta tentativa de chegar à prefeitura, a incompetência da administração petista no estado colaborou bastante.

No inicio do ano tivemos uma greve da PM onde Wagner demorou para tomar uma atitude, deixando nos baianos ao deus-dará e o final da greve foi traumático, deixando toda população desamparada e ninguém foi punido.

Nos quase 120 dias de greve dos professore, ai o desgaste foi maior, onde milhões de estudantes em todo o estado e milhares em Salvador ficaram sem aulas e isso contribuiu bastante para piorar ainda a imagem do governo.

Milhares de jovens sem aulas, professores insatisfeitos e pais de alunos desesperados.

Era logico que na primeira eleição o troco seria dado e ele veio com a eleição de ACM Neto.

Neto não foi eleito por que os eleitores simpatizaram com ele e sim como uma vingança ao governo Wagner e uma aviso, de que ou ele cria ações para melhorar o governo dele ou vai se lascar em 2014.

Os 400 e tantos mil que não compareceram, com certeza assim optaram, por não votar no candidato do DEM e com raiva do PT que mesmo com o governo aqui, se apresentasse um candidato como o senador Walter Pinheiro, com certeza o resultado poderia ser outro.

Pelegrino, orientado pelo marketing da campanha, passou todo o tempo  atacando ACM o morto e aqui na Bahia, uma coisa que faz parte da nossa cultura, é não falar mal de quem morreu, mesmo que esse tenha sido nosso inimigo e isso chegou a um ponto que a população não mais aceitava, pois ele nada discutia do seu projeto de administrar Salvador, a não ser o velho bordão de que com Dilma e com Wagner iria mudar a cara da capital baiana.

Nos debates ele não conseguia passar credibilidade para os eleitores enquanto o Neto dava um banho.

Ele não era o melhor candidato, mas as brigas internas do PT onde só faltam se mataram e às vezes se matam mesmo, escolheu Pelegrino e este se deu mal.

 

Com a vitória de ACM Neto, isso não quer dizer que o carlismo foi ressuscitado no estado e uma boa parte dos sobreviventes estão todos na base aliada do governo Wagner, alguns ate ocupando altos cargos em Brasília, como é o caso do ex-governador Cesar Borges, uma das crias politica do velho cacique ACM.

 

Dilma em um comício aqui disse que Salvador não teria um prefeito pequenino (fazendo alusão o tamanho de ACM Neto) e sim um grande prefeito que seria Pelegrino e usou ainda chamar o candidato do DEM de grampinho, quando toda Bahia sabe que nunca se grampeou tanto na Bahia como no governo do PT e é uma coisa tão vulgar e normal que já ninguém mais comenta.

 

Então é isso.

 

As insatisfações do povo para com o governo, os equívocos do marketing de campanha, aliada a fraqueza do candidato impôs uma das maiores derrotas do PT nessa eleição, ele deveria depois dessa derrota, colocar uma faixa bem grande em frente ao Elevador Lacerda com os dizeres: "Pelegrino avisa a seus amigos e eleitores que não vai mais ser candidato a prefeito de Salvador, nem a merda nenhuma". 

*Valter Xéu é diretor e editor de Pátria Latina

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