Enquanto acontecia, entre 1966 e 1974, a Guerrilha do Araguaia esteve envolta pelo manto do silêncio imposto pela censura da ditadura militar. Mais tarde, com a redemocratização, a história começaria a ser contada em reportagens e livros. Publicações como a "Guerrilha do Araguaia: a esqueda em armas", de Romualdo Pessoa Campos Filho, deram um passo importante para o conhecimento do que ocorreu nas matas do Pará, com a avaliação do resultado de toda a ação de repressão há época.
Sob a ditadura militar implantada em 1964, diversas organizações e partidos de esquerda buscavam maneiras de resistir à violência do regime. A perseguição nas cidades e a necessidade de se arregimentar um contingente disposto a lutar pela democracia e pela igualdade levaram dezenas de militantes do PCdoB às matas da região do Araguaia. Nascia assim, no começo dos anos 1970, a principal resistência guerrilheira ao autoritarismo, somente derrotado depois de as Forças Armadas deslocarem para a selva o seu maior efetivo desde a Segunda Guerra Mundial.
O Livro "MATA! O MAJOR CURIÓ E AS GUERRILHAS NO ARAGUAIA" resulta da pesquisa do jornalista, Leonencio Nossa, que ouviu dezenas de depoimentos que reveleram a ação militar de Sebastião Rodrigues de Moura, o Curió, "um dos cem homens da política de extermínio" do presidente Emílio Garrastazu Médici (1969-1974).
Segundo o autor, a obra foi concebida a partir do acesso ao arquivo pessoal de Curió, 32 pastas, cinco mapas, seis álbuns de fotografias e muitos papéis soltos, tudo guardado numa mala de couro vermelho. O livro é ancorado nesse material, "o único que se conhece sobre fuzilamento de presos políticos na ditadura militar".
A obra revela que teria havido pelo menos 41 execuções, e não 25, como se imaginava. O livro traz a lista dos nomes das vítimas, com data e local das mortes. São informações relevantes, sobretudo porque emergem logo após a instalação da Comissão da Verdade.
Do Sitio do Vermelho com informações da Folha
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