Pesquisa do Ipea mostra que volume de recursos passou de R$ 384 milhões, em 2005, para R$ 724 milhões, em 2009
De acordo com o estudo Cooperação Brasileira para o Desenvolvimento Internacional 2005-2009, do Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea), o volume de recursos a fundo perdido que o Brasil destina à cooperação internacional Sul-Sul quase dobrou em cinco anos. O valor passou de R$ 384 milhões, em 2005, para R$ 724 milhões, em 2009. Sem contar as Operações de Paz, o investimento total do período em cooperação chega a R$ 2,9 bilhões de reais, em dinheiro e horas técnicas. Além de um aumento no volume de recursos, houve uma diversificação na pauta da cooperação com outros países e organizações internacionais.
A pesquisa do Ipea mostra que a assistência humanitária e a cooperação técnica registram aumentos absolutos expressivos durante o período em análise, passando de R$ 28,9 milhões em 2005 (7,53% do total no ano), para R$ 184,8 milhões em 2009 (25,51% do total no ano). As bolsas de estudo para estrangeiros contribuem com mais de R$ 284 milhões durante o período (quase 10% do total).
As contribuições para organizações internacionais registram, também, um aumento durante os anos pesquisados, passando de quase R$ 300 milhões em 2005 para mais de R$ 495 milhões em 2009. Ao se examinar esta modalidade, verifica-se que, excetuando os bancos regionais, as contribuições para as organizações internacionais foram mais que duplicadas, passando de R$ 134,5 milhões em 2005, para R$ 361,4 milhões em 2009.
Brasil atua diretamente em casos de catástrofes
A ajuda do Brasil a países ou regiões que se encontrem em situações de emergência ou de calamidade pública cresceu 73 vezes em cinco anos, atingindo R$ 87 milhões em 2009 - depois de investir R$ 1,1 milhão em 2005. E o apoio mudou também de enfoque, pois o País passou a oferecer a assistência de maneira direta nos territórios acometidos por desastres, ao invés do encaminhamento de ajuda por meio de organizações internacionais.
O governo brasileiro procurou auxiliar populações necessitadas, especialmente nos países de baixa renda. Outra característica é a concentração nas doações de suprimentos (bens alimentícios e medicamentos) ao invés de enviar dinheiro, que correspondeu a 55,67% da ajuda.
Exemplo da atuação brasileira foi a doação de alimentos para Cuba, Haiti e Honduras, países castigados pela passagem seguida de furacões no começo de 2009. Essas ações somaram aproximadamente R$ 66 milhões.
Transferência de tecnologias sociais
O governo brasileiro recebe, cada vez mais, pedidos para compartilhar experiências com programas como Bolsa Família, Territórios da Cidadania, entre outros. Um exemplo dessa transferência de tecnologias sociais testadas no Brasil se dá na área de saúde. O baixo custo e eficácia dos processos desenvolvidos pela Fiocruz deram ao Brasil a maior e mais complexa rede de Bancos de Leite Humano (BLH) do mundo. A rede conta com 78 postos de coleta, 198 bancos e mais de 114 mil doadoras que alimentam anualmente 100 mil recém nascidos. Nos últimos cinco anos, o BLH serviu de modelo para 24 países da América Latina, África e Europa. Mais de 85 mil bebês são beneficiados no exterior pelos bancos, que reduzem a mortalidade infantil em cerca de 13%. A rede brasileira não mescla leite, com se faz em países ricos, para formar um produto padronizado. As amostras são classificadas por características nutricionais para atender a necessidades individuais das crianças.
Meio ambiente - Nesta semana, técnicos de Angola, Moçambique e Paraguai encerram um curso de monitoramento de florestas com imagens de satélites. Durante a última semana, os técnicos puderam acompanhar o trabalho do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama) no Centro de Sensoriamento Remoto (CSR) e aprenderam como é feito o monitoramento do desmatamento da Amazônia.
Nesse processo de transferência de tecnologia, as instituições brasileiras repassam não apenas conhecimento, mas também os softwares e sistemas para que o trabalho possa ser desenvolvido nos países interessados em monitorar suas florestas.
"Após esse curso, poderemos monitorar nossas florestas em tempo real", comentou o técnico da Direção Nacional de Florestas Luis Tomas Sande, do Ministério da Agricultura de Moçambique.
Fonte: SECOM
Subscrever Pravda Telegram channel, Facebook, Twitter