Rio: Sete travestis assassinadas

Foi com grande pesar que o Grupo Arco-Íris recebeu a notícia do assassinato da travesti Thalia na noite do dia 22/5 (sábado) pelo estudante de Direito e lutador de jiu-jítsu Leonardo Loeser de Oliveira, 27. Infelizmente, a TRANSFOBIA (aversão e ódio de travestis e transexuais) é a expressão mais sangrenta dos crimes de discriminação contra a comunidade LGBT. O Grupo Arco-Íris une-se a Associação de Travestis e Transexuais do RJ (Astra-Rio) e outras organizações fluminenses para uma manifestação que será realizada no início de junho na Lapa.

“O assassinato de travestis e transexuais ainda é uma revoltante realidade de nosso estado. No entanto, o que mais nos entristece é o descaso das autoridades quando os crimes ocorrem com este segmento. A descaracterização de crime baseado na orientação sexual e na identidade de gênero é uma tentativa de ‘despolemizar’ um homicídio baseado na rejeição a homossexuais com requintes de crueldade”, explica a presidente do Grupo Arco-Íris, Gilza Rodrigues da Silva.

Segundo o portal de notícias das Organizações Globo, o G1, a delegada Tatiana Queiroz, da Divisão de Homicídios, diz “não se tratar de crimes de ódio contra homossexuais”. Entretanto, a história se repete. Somente em dois meses (abril e maio) sete travestis foram assassinadas no estado do Rio de Janeiro, nesta mesma conjuntura: prostituição acrescida de agressão de seus clientes e seguida de morte. Abaixo, seguem os dados coletados pela Astra-Rio:

Baiana Assassinada a tiros 13/04/2010 Zona Portuária do Rio de Janeiro; Dandara Assassinada a tiros 20/04/2010 Itaboraí – RJ; Ramona Espancamento 30/04/2010 Nova Iguaçu – RJ; Renata Espancamento 30/04/2010 Nova Iguaçu – RJ; Sheila Assassinada a tiros 05/05/2010 Nova Iguaçu – RJ; Cesar Henrique Vendrame Espancamento 17/05/2010

Resende – RJ; Thalia Assassinada e carbonizada 23/05/2010 Jd. Botânico – Rio de Janeiro

O Grupo Arco-Íris, enquanto Organização mista de proteção e garantia dos direitos LGBT se solidariza com a luta de travestis e transexuais a fim de reverter esta conjuntura de desgraça e morte. Travestis são cidadãs e não devem ser tratadas como escória de uma sociedade que se diz democrática, mas que na verdade julga, humilha e mata em nome de uma moral higienista e elitizada.

Márcia Vilella/Diego Cotta

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