As pessoas estão indignadas com a atitude do ministro da Justiça Tarso Genro conceder asilo político ao terrorista italiano Cesare Battisti na prática, a absolvição de um homicida condenado à prisão perpétua por quatro covardes assassinatos, que já cumprira pena por roubo em, 1974.
Fernando Gabeira, em entrevista ao repórter Carlos Marchi, do Estadão, em 30 de dezembro de 2007, condenou o sequestro ao embaixador americano Charles Elbrick, do qual participou quando integrava a luta armada: Hoje eu considero o sequestro uma forma de luta abominável, um desrespeito à lei e aos direitos humanos da pessoa sequestrada, da sua família, seus amigos. Hoje eu vejo o seqüestro com os olhos da Ingrid Bettancourt. Eu participei de um seqüestro na década dos 60 e hoje integrao um comitê que tenta libertar Ingrid. Eu concluí que não há situação política que justifique um sequestro. A explicação política do sequestro é que os fins justificam os meios. Essa justificativa é a mesma que conduziu os partidos de esquerda a seus erros mais profundos.
No entanto, nem todos os ex-insurgentes brasileiros daquela época evoluíram na mesma medida, o que em boa parte explica o comportamento revanchista dos que não conseguem dar aqueles acontecimentos por encerrados. Talvez seja o caso do ministro da Justiça, cuja decisão monocrática, autoritária, foi avalizada pelo presidente da República. Ou, quem sabe, a decisão tenha sido fruto de cálculo político do ministro, que deverá se candidatar ao governo do Rio Grande do Sul. Quanto mais polêmicas criar, mais visibilidade terá.
Lula, como de costume, simplificou a questão à sua insuperável maneira: O Brasil é generoso e Battisti foi sentenciado por crime antigo. "Quem o acusou nem existe mais para ser comprovada a veracidade do fato. Passado tanto tempo, ele já é outra pessoa, é um escritor. Um primor de reducionismo da parte do presidente, que teria dito a interlocutores que não sabia nada sobre o ex-integrante do grupo Proletários Armados pelo Comunismo (PAC) até dezembro.
A facilidade com que Lula e alguns de seus ministros torcem a verdade em favor de suas conveniências não assombra mais ninguém nesse País onde o patrimônio de felonias de políticos e outras figuras é exposto sem a menor cerimônia e pudor, dada a naturalidade e frequência com que são praticadas.
Toda a barbárie praticada por ambos os lados na luta armada no Brasil é deplorável e injustificável. Nem na guerra, que é a continuação da política por outros meios, se admite o assassinato de inocentes. A Itália ao tempo de Battisti não estava em guerra e era, como hoje, uma democracia.
A base destas regras é um sentimento que os psicopatas não têm: empatia, um termo às vezes mal empregado, confundido com simpatia. Significa se colocar no lugar do outro. Simples assim.
Luiz Leitão
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