O diretor da Polícia Judiciária (PJ) de Portugal, Alipio Ribeiro, num programa da TV Diga lá Exelência, admitiu este domingo que as autoridades podem ter se precipitado ao declarar como arguidos os pais de Madeleine McCann, pela suposte morte da sua filha.
"Neste momento, a esta distância, com a experiência que tenho como magistrado do Ministério Público, acho que talvez deveria ter havido outra avaliação. Sobre isso não tenho dúvidas", disse Ribeiro em declarações publicadas hoje pela imprensa portuguesa.
Além de ter reconhecido que houve "uma certa precipitação" no apontamento de Kate e Gerry McCann como suspeitos do sumiço de Madeleine, o diretor da PJ admitiu que, legalmente, não podia acusá-los do desaparecimento.
Ribeiro também esclareceu que a Promotoria portuguesa nunca lhe deu instruções sobre a forma como deveria conduzir as investigações do caso Madeleine ou de qualquer outro, negando as acusações de que a PJ sofreria pressões políticas.
Nesta semana, a polícia britânica e os oficiais de proteção de crianças e adolescentes disseram que não consideram que os médicos ingleses sejam suspeitos no caso.
Segundo declarou o porta-voz oficial dos McCann, Clarence Mitchell, os efetivos policiais e de prevenção de crimes contra crianças afirmaram, em reuniões particulares, que tratam o caso como "um raro ou estranho desaparecimento", de acordo com Ansa.
Segundo o Diário de Notícias , há quem na PJ do Algarve entenda que as novas declarações de Alípio Ribeiro não passam de uma situação de bluff, tendo apenas como finalidade: "testar águas".
Ou seja, na interpretação de alguns inspectores, o director nacional da Judiciária ao afirmar ter existido "precipitação" na constituição dos pais de Madeleine como arguidos, que continuam sujeitos a Termo de Identidade e Residência, em Inglaterra, terá apostado em "ver quais as reacções dos McCann e também do povo português".
Já outros investigadores terão confessado, soube o DN, a sua "insatisfação" pelas afirmações de Alípio Ribeiro, desabafando "ser difícil trabalhar num país que mais se assemelha a uma República das bananas. Por mais que se faça não se consegue marcar a diferença".
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