O governador de Mato Grosso, Blairo Maggi (PR), retornou de sua viagem de 15 dias a Europa este final de semana, convencido de que existe um complô entre os países europeus tentando minar os avanços da economia brasileira, o que repercute diretamente em riscos para as exportações mato-grossenses.
Para Blairo, as informações que chegam do Brasil nos países da União Européia são uns dos fatores que contribuem para o fortalecimento das imagens negativas que os países de fora têm da América Latina. "Os europeus não tem a dimensão do território brasileiro, as informações que lá chegam são distorcidas e os dados exagerados", justifica.
Além de se reunir com lideranças européias para tratar das ameaças de embargo a carne mato-grossense, Maggi disse que o objetivo da viagem era conhecer o mercado europeu e abrir portas para futuros negócios.
Desmatamento
Durante a sua viagem, Blairo teve acesso aos novos relatórios feitos pelo Instituto Centro e Vida (ICV) que apontam um aumento no desmatamento em mais de 107%, principalmente na região norte do estado. Dados que, segundo ele, fizeram parte das palestras proferidas aos europeus, para elucidar as questões ambientais do estado de Mato Grosso.
Conforme o governador, os desmatamentos não são atribuídos à plantação da soja, por não ocorrerem em municípios tradicionalmente produtores da monocultura. "As imagens neste momento tem que ser melhor avaliadas, pois pelo o que eu tenho de conhecimento, elas foram trabalhadas em cima de focos de incêndio. Não é bem assim", declarou Blairo, desconsiderando que os estudos do Instituto Centro de Vida tem o objetivo desenvolver ações para preservação do meio ambiente.
Segundo o governador, os dados que chegam a imprensa podem não estar compatíveis com a realidade mato-grossense, citando como exemplo uma matéria do jornal Lê Monde. "A matéria diz que 70 mil quilômetros quadrados foram desmatados para plantar soja na Amazônia, sendo o número de quilômetros quadrados na Amazônia legal não passa 51 mil", contrapõe.
Contudo, Blairo admitindo a possibilidade de um aumento no índice de desmatamentos e disse que o estado está fazendo um trabalho no sentido de não permitir a ocupação de novas áreas voltadas para a agropecuária.
Ainda na questão ambiental, Blairo falou da existência de um dossiê que está sendo divulgado em toda Europa intitulado "A Soja Contra A Vida", mostrando todos os males que a cultura traz no mundo inteiro. "Isso não ocorre em Mato Grosso", afirmou.
Carne
Segundo Blairo Maggi, existem alguns segmentos de produtores e importadores da Europa, que querem preservar o mercado somente para eles. "Há barreiras, há discussões, há calúnias, enfim, todo tipo de pressão para o Brasil deixe de crescer nas exportações, principalmente da carne, que está fazendo para a Europa e para mais de 180 países", apontou Maggi.
Diferentemente dos representantes da agropecuária no estado que se dizem tranqüilos com a chegada da missão européia ao Brasil, passando por Mato Grosso no próximo dia 6 de novembro, com a finalidade de fazer uma inspeção nas condições higiênicas e sanitárias da produção de carne, o governador se diz preocupado com a visita.
"Nós estaremos prontos para responder as indagações, mas sabemos que eles serão extremamente rigorosos e que a partir deste relatório será definido como fica a situação da produção da carne perante aos outros países", declarou Maggi, adiantando que não há projeções de aumento na exportação. "Nós estamos brigando para manter o que já temos", completou.
Ainda de acordo com Blairo Maggi, por meio da visita in loco, foi possível constatar que os europeus chegam a pensar que existem carnes brasileiras congeladas desde 1958 sendo exportadas, e ainda, que existem matadouros de macacos para esta produção. "É uma briga dura. Nós temos que mostrar constante mostrando o outro lado", frisou o governador.
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