O Conselho de Ética aprovou ontem, por 11 a 4, em votação aberta, a cassação do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), por quebra de decoro.
Em tramitação relâmpago, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) confirmou a decisão. Depois das duas derrotas, Renan deverá ser julgado pelo plenário na próxima quarta-feira. Na reta final, Renan e seus aliados mudaram de estratégia e resolveram acelerar o desfecho do caso porque confiam na absolvição em plenário, onde a votação será secreta.
O crescente desgaste político e o acúmulo de denúncias poderiam diminuir seu apoio na Casa. Na CCJ o relator foi o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), que concluiu pela inexistência de ilegalidades no processo. O único a votar contra foi o senador Wellington Salgado (PMDB-MG) e o placar foi 20 a 1. Nessa instância, os senadores apreciam somente se o processo está de acordo com a Constituição e não discutem o mérito.
A surpresa no Conselho de Ética foi o voto do senador João Pedro (PT-AM). Ele havia se alinhado à tropa de choque de Renan na defesa da votação secreta. Mas como a decisão foi às claras, não quis ser o único do PT e de seu Estado a votar pela absolvição. O Palácio do Planalto não quer turbulência no Senado, onde possui uma maioria apertada, e preferia não ver aberta uma disputa pela presidência da Casa.
Subscrever Pravda Telegram channel, Facebook, Twitter