O governo brasileiro vai ampliar as ações de governo para obter dos militares informações sobre os restos mortais de opositores mortos pela ditadura (1964-1985), declarou ontem (29) o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Porém, o presidente pediu que a decisão fosse mantida em sigilo para não atrapalhar as negociações que o ministro da Defesa, Nelson Jobim, e o secretário de Direitos Humanos, Paulo Vannuchi, devem abrir com os militares para buscar informações, segundo Veja OnLine.
Após encontro com familiares de desaparecidos durante o regime, Lula foi cauteloso ao comentar o lançamento do livro Direito à Memória e à Verdade. A obra é a primeira de caráter oficial em que o governo assume que a repressão política decapitou, esquartejou, estuprou, torturou e ocultou cadáveres de opositores de ditadura.
O formato da futura comissão que buscará mais informações sobre as vítimas do regime militar ainda é desconhecido. O mais provável, porém, é que a atual Comissão de Mortos e Desaparecidos Políticos seja ampliada. "Queremos colaborar e contribuir para que a sociedade feche e vire a página desta história de uma vez por todas. Há disposição para isso, disse Lula, segundo o jornal Folha de S. Paulo. É debate que precisa ser feito pela sociedade, e vamos fazê-lo."
Reservadamente, Lula já teria adiantado aos três comandantes militares da Marinha, Exército e Aeronáutica que nenhum deles será responsabilizado pelos erros do passado. Os militares teriam respondido que não há mais arquivos secretos nas forças.
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