Nilton Cézar Servo, o ex-deputado estadual pelo Paraná, apontado pela Polícia Federal como um dos chefes da máfia dos caça-níqueis investigada na Operação Xeque-Mate, depõe na manhã . O ex-deputado e o filho dele, Victor Emanuel Servo, que estavam foragidos, foram presos ontem próximo a Uberlândia (MG). Eles chegaram à sede da PF em Campo Grande por volta das 6 horas da manhã.
Segundo a polícia, Nilton Cezar Servo seria o chefe de cinco grupos diferentes de empresários de casas de bingos, que participavam da distribuição de propinas. O G1 está tentando entrar em contato com o advogado de Servo.
A PF começou a ouvir em Mato Grosso do Sul os depoimentos dos 79 presos na Operação Xeque-Mate. Os delegados têm pressa em concluir os inquéritos porque as prisões temporárias vencem nesta sexta-feira (8).
Até o início da noite de ontem, a polícia já tinha ouvido 60 presos, entre eles oito policiais, mas não divulgou o teor dos depoimentos.
Amigos
Com a prisão do ex-deputado e do filho dele, a Polícia Federal agora vai tentar descobrir se há alguma ligação entre eles e Genival Inácio da Silva, o Vavá, irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Vavá, que foi indiciado na operação da PF, seria amigo de Nilton Cézar.
O empresário também é amigo de Dario Morelli Filho, outro preso na Operação Xeque-Mate sob a acusação de explorar ilegalmente máquinas caça-níqueis na Baixada Santista.
"O Nilton Cézar e o Morelli são amigos, mas isso não quer dizer algo criminoso. O Morelli negou tudo em seu depoimento hoje [ontem] pela manhã, inclusive telefonemas comprometedores entre os três", afirmou Milton Fernando Talzi, advogado de Morelli.
Xeque-Mate
A operação deflagrada nesta segunda-feira prendeu 77 pessoas, segundo a Polícia Federal. Cerca de 600 agentes cumprem 87 mandados de prisão e 50 de busca e apreensão em seis estados: Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, São Paulo, Paraná, Rondônia e Minas Gerais.
Em Mato Grosso do Sul, 56 pessoas foram detidas. Entre elas estão nove policiais civis e três oficiais da Polícia Militar. Eles são suspeitos de receber propina para não coibir as atividades dos criminosos. Um ex-deputado também está na lista dos agentes. Ele é apontado com um dos chefes do esquema de exploração ilegal de caça-níqueis no estado. De acordo com os policiais, o suspeito movimentava aproximadamente R$ 45 mil por dia.
As investigações começaram há cerca de seis meses. Os policiais usaram informações de dois inquéritos para chegar aos nomes dos suspeitos. O primeiro era para apurar o contrabando de componentes eletrônicos para uso em máquinas caça-níqueis.
A quadrilha era suspeita de importação ilegal de peças, exploração de jogos de azar e de corrupção de agentes públicos - principalmente policiais. O outro inquérito era sobre o possível envolvimento de policiais em tráfico de drogas.
desta quarta-feira (6) na Superintendência da PF em Campo Grande (MS).
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