Portugal é o país da União Europeia que mais emite gases com efeito de estufa para a atmosfera oriundos essencialmente do sector rodoviário. No entanto, este facto não tem coibido o Governo de dar cada vez mais machadadas no único meio de transporte que não emite dióxido de carbono, o meio de transporte que melhor resposta dá ao fenómeno das alterações climáticas, apoiando o encerramento de linhas ferroviárias em catadupa. Não esquecer ainda que a União Europeia é dependente em 96% do petróleo, no sector do transporte. Medidas como estas só vêm dar continuidade a esta dependência.
O encerramento das linhas ferroviárias, agora anunciado pelo Ministro das Obras Públicas Mário Lino (Ex: linha de Cantanhede, Tâmega, Tua, Corgo), trará graves problemas sociais às populações e à economia regional, acentuando ainda mais as assimetrias existentes pelo desincentivo que representa à instalação de indústrias e serviços que poderiam beneficiar da linha férrea para o transporte a menores custos das suas mercadorias. Esta obsessão anti-ferroviária do Governo relembramos que há pouco mais de um mês o mesmo ministro anunciou o corte das verbas para acabar a modernização da linha do norte, intervenção fundamental no funcionamento seguro e eficaz desta infra-estrutura - trará ainda graves problemas ambientais, uma vez que vai obrigar as populações a recorrer ainda mais aos transportes rodoviários, aumentando desta forma a emissão de gases com efeito de estufa. Mais uma vez o Governo demonstra que está mais preocupado em rentabilizar os negócios das empresas transportadoras do que em implementar uma política de transportes que garanta o interesse público e o desenvolvimento sustentável. As medidas anunciadas não têm em consideração os custos sociais e ambientais nem as despesas que a nação irá suportar devido ao impacto das suas escolhas. Os custos ambientais destes negócios acabam sempre por ser suportados por todos os cidadãos, como por exemplo com a aquisição de direitos de emissão de CO2.
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