DESEMPENHO PESSOAL

Uma dançarina que se tornou um símbolo sexual compareceu ao Grande Prêmio Brasil de Formula 1 de 2002..Foi entrevistada por um repórter que a perguntou qual dos pilotos da categoria, ele achava o mais bonito e ela respondeu um pouco hesitante: “Rubinho”.

Ela provavelmente desconhecia tanto o nome quanto o rosto dos demais pilotos para responder a tal pergunta, então declarou o único nome que, conhecia e talvez até mesmo desconhecesse que o nome do piloto a que se referia era Rubens Barrichello que, a propósito, é um dos mais feios, juntamente com seu ex-companheiro de equipe o heptacampeão, Michael Schumacher

Infelizmente na política brasileira, o princípio é o mesmo. A maioria do eleitorado desconhece boa parte dos rostos e dos nomes de candidatos a cargos eletivos simplesmente porque prefere acompanhar as novelas, vidas de famosos e futebol. Felizmente, parece que o Big Brother somente é exibido em janeiro, longe do período eleitoral. No entanto, não se importar com política é algo muito mais significativo que não se importar com Formula 1, pois disso depende o bem-estar de milhares de pessoas..

Este tipo de comportamento ocasiona a escolha de administradores e legisladores, não por seus projetos e por seu plano de governo que, quase sempre, contem projetos mirabolantes para a solução da maioria dos problemas da população, mas, por exemplo, por ter um nome famoso como foi o caso de Aécio Neves que só chegou aonde chegou por ter o nome Neves.

O nome Lula sempre esteve em evidência desde os tempos do regime militar. Em 1989 quase conseguiu ser presidente, mas foi derrotado porque seu adversário era um “caçador de Marajás”. Após, foi derrotado pelo Plano Real, mas em 2002, não havia mais ninguém famoso e com propostas mirabolantes e como era o nome mais famoso e fácil de ser lembrado, foi eleito.

José Serra que também era um ilustre desconhecido em 2002, também se tornou famoso, pois teve seu nome em evidência quando concorreu à presidência e graças a esta fama conseguiu com facilidade, a Prefeitura de São Paulo para desespero de Lula que queria ver a companheira Marta Suplicy reeleita.

Os tucanos estavam felizes, pois graças a crise política desencadeada pelo escândalo do mensalão, Lula estava em descendência nas pesquisas e, conseqüentemente, Serra, em ascendência, mas, infelizmente para os tucanos, o povo já está se esquecendo daquela malfadada palavra e também já se passou muito tempo da queda de José Dirceu.

Além disso, surgiu uma pedra no caminho dos tucanos: um tal Geraldo Alckmin que, ao contrário de Serra, não terá um emprego público esperando-lhe caso perca a indicação. Alckmin só é famoso em São Paulo mas está se esforçando para mudar isso. Infelizmente Alckmin não pode inaugurar obras como Lula. Alckmin também tem o problema de seu nome ser mais difícil de ser pronunciado pela população menos letrada e, conseqüentemente, não será lembrado ao contrário de seus patrícios que já tentaram a Presidência com nomes libaneses mas fáceis de pronunciar como Maluf e Afif.,

Infelizmente no Brasil, fazzer um bom gov3erno no estado u numa grande cidade, não basta para chegar à Presidência, mesmo que se consiga que o Brasil saiba através de uma maciça campanha publicitária e ser uma figura carismática como no caso do ex-governador do Rio de janeiro, Anthony Garotinho, cujo apelido, a propósito, é fácil de se lembrar.

Deve-se aceitar, no entanto, que a reeleição de Lula é quase inevitável, pois se mesmo com o pífio crescimento econômico em 2005; mesmo com quase aus~encia de investimentos em infra-estrutura, educação e saúde; com o emprego não atingindo níveis satisfatórios, ainda assim Lula vem crescendo nas pesquisas, deve-se presumir que, para a maioria do eleitorado brasileiro, basta que o seu presidente esteja perto do seu povo nos palanques da vida. Quem se importa com aumento nas contas públicas e com altas taxas de juros se o presidente disse que está tudo bem.

Talvez um dia teremos um presidente chamado Geraldo Alckmin, mas para isso, é necessário que ele seja o candidato tucano por, pelo menos, mais três eleições, depois do segundo mandato de Lula que não é candidato, registre-se e depois dos dois mandatos de Garotinho e, finalmente, Alckmin, até lá os analfabetos aprenderão a pronunciar seu nome.

Jose Schettini Petrópolis BRASIL

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