No embaraçado mundo de negócios, supõe-se um empresário de sucesso um homem que seja audacioso, arrojado, conhecedor daquilo que faz e sério, muito sério.
Estas não são qualidades do Sr. Eike Batista, o empresário modelo da era Lula-Dilma. Seria, na visão do governo centro-esquerdista, o homem indicado para simbolizar o empresário bem sucedido no período citado. A aventura não deu certo.
Beneficiado por empréstimos generosos, Eike obteve concessão para explorar parte da Bacia de Campos, zona petrolífera de expressão na costa brasileira. O governo federal não só fez a concessão, comemorou a prevista vitória do empresário petista.
Ora, como já se disse, um empresário é um homem de trabalho duro, preocupações com os negócios, estudo da melhor e mais inteligente exploração do serviço a que se dedica e, sobretudo, de seriedade incontestável.
A fama de sucessos iniciais subiu-lhe à cabeça, e nosso empresário passou a pensar somente na sua posição financeira, tendo chegado, segundo a Revista Forbes, aos privilegiados dez dos homens mais ricos do mundo.
A partir deste momento, ao invés de se dedicar com afinco das suas ocupações como chefe de trabalho, fez exatamente o contrário, como um jovem play boy deslumbrado. Numa sucessão rápida, apareceram os jatinhos sofisticados, iate que parece um pequeno navio de luxo, festas monumentais, noticiário de todos os dias na mídia e namoradas famosas.
Tivesse trinta anos e fosse herdeiro de fortuna conhecida, poderia ser compreendido. Mas não é o caso.
O sonhado petróleo não apareceu. A desculpa foi falta de equipamentos, talvez outro empréstimo resolvesse a questão. O dinheiro não apareceu. Nem ele, nem óleo cru. As ações da OGX, sua petrolífera, despencaram na bolsa de São Paulo, a BANESPA. Prejuízo pesado que foi se avolumando e com a absoluta falta de injeção de capital na empresa, não sobrou alternativa. Foi obrigado a pedir na justiça suspensão dos seus negócios, única alternativa que tinha no momento.
Que ninguém o pense pobre. Possui considerável fortuna pessoal, como muitos brasileiros, mas o sonho de vir a assemelhar-se a um Paul Getty, por exemplo, foi por água abaixo.
Jorge Cortás Sader Filho
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