Apesar da retração considerável da economia, com uma parada maior do que seria necessário, pela dimensão da crise, o resultado negativo do PIB no quarto trimestre não comprometeu crescimento em 2008, ano em que o governo aumentou os investimentos públicos. O comentário foi feito pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, sobre do resultado do PIB do ano passado, divulgado nesta terça-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
De acordo com o Instituto, a soma de todas as riquezas produzidas pelo País (indústria, agropecuária e serviços) caiu 3,6% no último trimestre de 2008, na comparação com o período imediatamente anterior. Mas no acumulado do ano, o PIB cresceu 5,1% e chegou a R$ 2,9 trilhões. "É um resultado excelente para a economia brasileira. O nível de investimento, a formação bruta de capital fixo, atingiu 13,8% e, com isto, os investimentos sobre o PIB alcançaram 19%", comentou, acrescentando que é um resultado positivo. "Estamos aumentando a margem de investimentos sobre o PIB".
Em conversa com jornalistas, o ministro lembrou que a forte redução do crescimento do último quadrimestre de 2008 se deu em praticamente todos os setores, que concederam férias coletivas e pararam de produzir. "Preferiram queimar estoques e fazer caixa para enfrentar a escassez de recursos financeiros." A queda mais forte, conforme Mantega, ocorreu na indústria de transformação, que reage mais rapidamente aos rumos do mercado, tanto em um cenário de aceleração quanto de desaceleração.
Mantega também destacou que o choque no último quadrimestre refletiu a redução do fluxo do comércio internacional (queda de 40%), devido à falta de crédito externo. "O setor exportador é um dos mais afetados pela crise. O restabelecimento do crédito internacional será fundamental para a recuperação deste segmento".
Apesar do resultado apresentando pelo IBGE, o ministro afirma que o primeiro trimestre deste ano já dá sinais de recuperação da economia, podendo ter um desempenho melhor do que o final de 2008. Além disso, acredita, o segundo semestre deverá ser de retomada do crescimento, em função das medidas adotadas pelo governo. "Essa perspectiva nos deixa distantes do problema de déficit técnico e, portanto, teremos crescimento positivo em 2009. Não há indicação de que haverá resultado negativo, como em outros países", avaliou o titular da Fazenda.
O ministro preferiu não fazer previsões de crescimento para este ano, porque, segundo ele, ainda será preciso avaliar a reação do mercado internacional às medidas adotadas, principalmente pelos Estados Unidos e União Européia para recuperação de suas economias. "Se lançarem medidas que possam debelar a crise, também podemos nos recuperar. O momento atual é de indefinição. Temos que avaliar o comportamento dos Estados Unidos. Se vão salvar bancos ou estatizar, por exemplo."
Ele ponderou ainda que com o resultado do quarto trimestre de 2008 ficou difícil atingir a meta de 4% anteriormente defendida pelo governo. "Porém, continuaremos tomando as medidas necessárias para ativar a economia, de modo que possamos sair mais rapidamente deste cenário negativo".
Fonte: Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República
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