Combinar crescimento econômico com educação é o que dá sustentabilidade ao desenvolvimento nacional. Foi o que destacou o ministro da Educação, Fernando Haddad, durante entrevista ao Programa do Jô, da Rede Globo, que foi ao ar na madrugada desta quinta-feira, 10. Para Haddad, a diferença entre o atual momento de retomada de crescimento do país e períodos anteriores, em que a taxa de desenvolvimento econômico chegou a 7%, 10% e até 12%, é a decisão de formar melhor os cidadãos.
Recentemente, o presidente [Luiz Inácio Lula da Silva] lançou a idéia de usar os royalties do petróleo para a educação. Se as reservas petrolíferas forem confirmadas e pudermos nos apropriar de uma parte dessa riqueza, vamos ter mais uma oportunidade, disse o ministro, referindo-se ao investimento no ensino.
Haddad ainda lembrou que o orçamento do Ministério da Educação terá de volta os recursos que vinham sendo retirados com a Desvinculação de Recursos da União (DRU). A Proposta de Emenda à Constituição que prevê o fim do dispositivo foi aprovada pelo Senado Federal no último dia 2. Nesse dia, também foi aprovado pela Casa o piso nacional do magistério, de R$ 950. Sobre os professores, o ministro ressaltou que, além do novo piso salarial, a implantação de diretrizes nacionais de carreira e de um sistema nacional de formação vai permitir que a juventude se atraia pela carreira novamente.
A mudança no Sistema S composto, entre outros, por Sesi, Sesc, Senai e Senac também foi assunto abordado na entrevista. Haddad explicou que o maior objetivo da proposta de reforma é ampliar a gratuidade. Hoje, praticamente todos os serviços dentro do sistema são pagos. Se a sociedade já está contribuindo compulsoriamente com 2,5% de sua folha de pagamento, o acesso às atividades tem que ser gratuito à população que não pode pagar, defende.
O ministro também falou sobre a qualidade do ensino no Brasil e as metas propostas a partir da criação do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). Pela primeira vez, houve um aumento da qualidade da educação, desde que começou a ser medida. O Brasil subiu para a nota 4,2 no Ideb. Em 2005, o índice era de 3,8. Isso porque passamos a atuar de maneira sistêmica, ampliando o acesso à universidade e às escolas técnicas e formando mais professores. Parece começar a produzir efeito concreto e positivo, acredita. A meta a ser alcançada pelo país em 2022 é de 6 pontos no Ideb, média dos países desenvolvidos.
O ideal é que as políticas públicas sejam políticas de estado, que não haja descontinuidade de governo para governo. O Brasil já está aprendendo a lidar com esses conceitos, afirma Haddad. Para o ministro, essa visão permite que inovações e ajustes sejam feitos com mais legitimidade nas próximas gerações de governantes.
Letícia Tancredi
Ministério da Educação
Subscrever Pravda Telegram channel, Facebook, Twitter