Nesta sexta-feira o presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi ao Rio Grande do Norte anunciar a liberação de R$ 568 milhões em verbas federais para obras de urbanização de favelas e saneamento básico de 12 municípios do estado. Os recursos são provenientes do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
Depois de tentar fugir das vaias no Rio Grande do Sul, para onde cancelou viagem, o presidente acabou ouvindo, na quinta-feira, protestos em Aracaju. Um grupo de 11 servidores do Incra em greve vaiou o presidente no centro de convenções, onde havia cerca de cinco mil pessoas. Mais tarde, em João Pessoa, criticou adversários políticos.
Já nesta sexta, Lula não viu o protesto de servidores públicos que aconteceu do lado de fora do centro de convenções de Natal. Para a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, que acompanha o presidente na viagem pelo Nordeste, protestos são normais e estão assegurados num regime democrático.
Um dia depois de pedir civilidade na política, Lula afirmou, no início da tarde, que está percebendo que o "país está com uma classe política cada vez mais civilizada" e acrescentou em discurso:
- A classe política está cada vez mais compreendedora de que a gente tem o momento de briga, o momento de eleição, e depois o de cumprirmos as promessas de campanha - afirmou o presidente, completando que a pátria não pode ser governada como se fosse um grupo de amigos.
Mais uma vez, antes de abrir a cerimônia de liberação de recursos, o presidente pediu um minuto de silêncio em homenagem às vítimas do acidente com o avião da TAM. Lula não deu entrevistas e seguiu para Teresina, onde passará a tarde.
Sobre as declarações do presidente de quinta-feira, a ministra disse que Lula quis, na verdade, dizer que os políticos precisam parar de ver as coisas só com olhos eleitoreiros.
No Rio Grande do Norte, Lula assinou acordos para realização de obras de saneamento básico e urbanização de favelas previstas no PAC. Ao todo, serão investidos R$ 649,3 milhões no estado, sendo R$ 568,1 milhões do governo federal, R$ 34,7 milhões do governo estadual e R$ 46,5 milhões dos 12 municípios contemplados. Os recursos federais incluem R$ 342,3 milhões de financiamentos e R$ 225,8 milhões do Orçamento federal.
Segundo o governo, os projetos vão beneficiar 1,5 milhão de pessoas que vivem em Natal e nos municípios de Mossoró, Parnamirim, São Gonçalo do Amarante, Açu, Angicus, Canguaretama, Currais Novos, Goianinha, João Câmara, Nova Cruz e São José de Mipibú. As obras prioritárias são a ampliação dos sistemas de esgotamento sanitário de Natal e Parnamirim, a despoluição das praias, ampliação do sistema de abastecimento de água e a remoção de moradias localizadas em beiras de córregos e outras áreas consideradas de risco.
Em Teresina, serão anunciados investimentos do PAC para obras de saneamento e urbanização de favelas. Os recursos são da ordem de R$ 365,2 milhões, sendo R$ 321,8 milhões do governo federal, R$ 20,1 milhões do governo estadual e R$ 23,3 milhões dos municípios. Os investimentos federais incluem R$ 204,4 milhões do Orçamento da União e R$ 117,4 milhões em financiamentos.
Fonte Agência O Globo
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