Bolsonaro e Casas Gospel: Enfiando a Cruz de Cristo no Bucho Alheio

Bolsonaro e Casas Gospel: Enfiando a Cruz de Cristo no Bucho Alheio

É o que de melhor sabem fazer: enfiar a cruz de Cristo no bucho alheio; contudo, em país onde há gente que se respeita lembra-se o quanto, um apoiado exatamente no outro do início ao fim do regime militar, entre 1964 e 1985 atacaram furiosamente centros de cultura e educação, perseguiram, torturaram e assassinaram cruelmente estudantes, trabalhadores, mães denunciantes, e os seus mesmos para "queima de arquivo" (o cocainado e constantemente bêbado delegado Fleury, foi um dentre vários). Eles não prestam! Em nome da liberdade, dos bons costumes, dos valores da família, de Deus e do progresso, estão de volta - a história vai se repetir? Como farsa ou tragédia?

Se (para eles) não é papel do professor questionar assuntos poíiticos em sala de aula, nem colocar sua posição diante dos alunos, (por que) é então papel de pastor, bispa, apostólo e coisa que o valha, travestido de democrata liberal impor sutilmente, valendo-se da posição de voz oficial dos Ceus, em quem seus incautos fantoches devem votar? Por que devemos aceitar como normal isso? Qual o jogo deles?

As Roupas Novas do Rei

Todos os súditos estavam de joelhos, admirando as roupas novas do rei. 

Aos milhares, os plebeus o aplaudiam. Nunca tinham visto algo tão bonito.

De repente, uma garotinha que segurava a mão da mãe em meio à multidão apontou o dedo ao rei e disse: 
- Mamãe, o rei está nu! Ele não está usando roupa nenhuma!

Ninguém acreditou na garotinha. Sua mãe pediu que ficasse quieta e todos esqueceram dela. 
As pessoas continuaram a admirar as roupas novas do rei (...). 
Todos os outros agiram motivados por seus interesses, por seus medos ou por uma combinação de ambos.

(Romance norte-americano
 Síndrome de Pinóquio, David Zeman, editora Planeta, 2003)

Edu Montesanti

As vesperas de eleições presidenciais no Brasil, seria cômico se não fosse trágico: chefes da religião que apenas podem manter o sistema de dominação apoiados no excesso de mediocridade. 

"Conselhos politico-espirituais": a politicagem e a manipulação mais descarada, que apenas evidencia o que produzem, massas sem a menor autonomia reflexiva. Essa gente não encontra limites!

Subproduto dessas confrarias religiosas: carência de autodeterminação no simples voto, obrigação de todo cidadão desde o mais respeitável analfabeto. 

Simples assim! Se com o passar dos anos essas massas religiosas fossem bem orientadas e suas mentalidades esclarecidas, "cheias da sabedoria do Senhor" como reivindicam para si, não seria necessário agora, como em cada eleição, todo esse apelo "pastoral", indisfarçavelmente constrangedor e desesperado por votos. 

O reconhecimento da alienação que produzem.

Na realidade, essas multidões não apenas estão absolutamente acomodadas na condição de marionetes, como apreciam viver sendo pensadas ao invés de se dar ao trabalho de tão-somante pensar; gostam que se lhes diga tudo o que devem pensar, fazer e sentir - acreditam, inconscientemente, ser mais facil viver assim. 

Anestesia-lhes a consciência, livra-os dos (muitos) complexos de culpa apegar-se a um guru, versao American Way of Life.

Complexos estes, outrossim, decorrentes do sistema opressor em que subsistem, uma rede de intrigas e muita bajulação que, no final das contas, os reprime dia e noite.

Dentro disso, não se tente mostrá-los um outro caminho. Já dizia o romancista grego Eurípedes, mais de quatrocentos anos antes de Cristo: "Converse com um tonto, e ele o chamará de tonto".

Falam em "avivamento do Evangelho" no Brasil, referindo-se ao crescimento avassalador do exitoso proselitismoque praticam, angariando mais fieis para suas empresas religiosas. 

Pois como compreender a equação que aponta, paralelamente, uma piora significativa em corrupção neste mesmo País? Apenas por uma questão de lógica, mínima que seja, a equação não deveria apontar, exatamente, ao sentido contrário considerando o crescimento vertiginoso da religiosidade?

Curioso: quanto mais crescem, mais cresce a corrupção, e tal fenômeno os pastores, bispos e "aps" mais preocupados com a causa social, deveriam explicar.

Um fanático é alguém que não consegue mudar de opinião, e tampouco muda de assunto. É um ponto 
de exclamação ambulante: tem todas as respostas, e não está interessado nas perguntas

(Amos Oz, escritor israelense)


A postura persuasivamente agressiva dos "representantes de Deus na Terra", tanto apelo "divino" trata-se da mais tragicamente clara evidência a que se prestam, ao longo dos anos entre uma eleição e outra.

Um filme milenar.

Os donos dos templos não estimulam o povo a pensar, não desenvolvem o minimo senso critico em suas ovelhinhas - ensinadas (eufemismo para "impostas") a viver como eles jamais viveram nem viverão, isto é, servindo ao próximo e olhando a todos como se fossem superiores a si mesmos como prova de humildade (apregoam).

Alguém já viu, pois, algum chefe da religião comportar-se desta maneira? Não! Como exemplo - dos mais brandos, para não se correr o risco de ser humilhado ou ainda agredido -, "ouse" apenas discordar deles, emitindo sua "humilde" opinião, caro leitor! 

O sistema da repressão. Do mandar-obedecer. Do falar-calar. 

Esta Missão [Embaixada dos Estados Unidos em Brasília] tem obtido significativo sucesso em implantar entrevistas encomendadas a jornalistas, com altos funcionários do governo dos EUA e intelectuais respeitados

Visitas ao Brasil de altos funcionários do governo dos EUA, seriam uma excelente oportunidade para pautar a questão junto à Imprensa brasileira

(...) Aumentar a atividade pela mídia e o alcance das comunidades religiosas parceiras [do regime de Washington]: até agora, nenhum grupo religioso no Brasil assumiu a defesa da difamação de religiões. 

(...) Essa campanha também deve ser orientada às comunidades religiosas que parecem ter influência sobre o governo do Brasil [Grifos nossos].

[Telegrama confidencial emitido em em 22.12.2009 pela "Embaixada" (centro de espionagem)
norte-americana em Brasília, liberado por WikiLeaks à Imprensa em 6.2.2011]


Um dia desses, o "ap" publicitário apresentando a cartilha político-espiritual que trazia a vontade de Deus em relação ao voto dos fieis para estas eleições, saiu-se com esta, insistindo que adversarios de Bolsonaro em determinadas ocasioes "apareceram abraçados com gente LGBT". Movidos pela intolerância.

"Quiseram agradar a todo mundo, mas não conseguiram agradaram ninguém" (eis a fraseologia que os marca), para completar, "e nós? Estão desprezando nossos valores, aquilo que acreditamos". 

A mentalidade totalitaria não permite que se tente garantir o direito de todos, que cada um viva de acordo com o que acredita garantindo o mesmo direito ao outro, especialmente as minorias para que todos vivam em paz. 

E pergunta, bem sincronizado com a plateia: "Qual o melhor candidato para a Igreja?", ao que um sujeito grita, "Booolsooonaroooooo!", e, "palmas para Jesus, gente? OK?".

Anda cada vez mais nojento esse apelo mal armado dos aproveitadores da religião.

Pateticamente autodesignados pastores e até "apóstolos", na imensa maioria dos casos sem nenhum passado em trabalhos sociais nem histórico de vida que indique engajamento em favor de algum segmento da sociedade, nem sequer estudos de cursos como História, Sociologia, Filosofia, Ciências Políticas.

Sua credencial, a estupidez. Quanto mais medíore, melhor a fim de atingir seus objetivos, a idiotização das massas. 

Quando um ou outro revela-se formado em alguma coisa, nada mais apropriado para o que se prestam hoje: Marketing ("apostolo" Estevam, por exemplo), Publicidade ("apostolo" Rinaldo, outro exemplo) palrando coisas do tipo, "sem investimento estrangeiro, o Pais não cresce". Para dizer que todo e qualquer partido de esquerda fechará completamente as portas ao capital externo. 

Sintomático? Alguma semelhança com o dia da mentira de 1964? A "revolução democrática" de primeiro de abril dos milicos, fundamentalmente apoiados nas santas confrarias religiosas em nome da moral, dos bons costumes, da familia e da liberdade!

A hipocrisia é uma homenagem que o vício presta à virtude

(François de la Rochefoucauld - 1613-1680)


Há mais de 500 anos, uma das regiões mais ricas do planeta transformada em República de Bananas como marca metafórica mais adequada das oligarquias e seus palhaços que distraem facilmente as multidões, cujos horizontes não vão muito alem de alguns palmos a frente do nariz. 

A serviço de quem? Da nação e seu progresso? Insistem que sem seus padrinhos, os lords do bem-dizer de quem esses brazucas tipo-exportação catam migalhas, nós não podemos nada. 

O golpe militar de 1964 e os 21 sanguinolentos anos que o seguiram, que nunca sairam do coração dessa gente, são o mais inconteste exemplo disso - dos quais esses lavadores de cerebro por excelência jamais se retrataram - e até escondem a conivência criminosa. 

O próprio Jesus libertário, como diz Frei Betto um preso politico - à época, poder religioso significava político -, representa a mais evidente antítese desses neofariseus e suas massas perdidas, histéricas, intolerantes, cujas fobias lhes são impostas como maior arma para seu assassinato intelectual. 

Enxergar o que está diante do nosso nariz, exige um esforço constante

(George Orwell)


Em nome de autoridades espirituais, apoiam-se no medo e na incapacidade de pensar, por si só, das massas para dominá-las, manipulá-las. 
Gente que fala em moral sem o menor pudor enquanto se servem da religião (i. e., do suor de seus seguidores, e também das mulheres de seus seguidores e mais uma vasta lista do cambalacho como regra cujas exceções acabam massacradas nesses centros mafiosos que vendem o nome de Deus como banana e tomate no Ceasa carioca).

Gente que fala em moral sem o menor pudor, enquanto se servem da religião (i.e., do sour de seus seguidores) que os faz viver bem próximos do conforto e de todo o luxo do um por cento do topo, e que proporciona status ao invés de um servical dotado de uma missão. 

Neste caso, o Evangelho como ele é, configure-se algo revolucionário demais para esse tipo de gente, que tem na religião dominante e dominadora um privilegiado meio de vida. 

O homem justo se preocupa em saber as necessidades e direitos 
dos pobres, mas o perverso não se importa com essas coisas

(Provérbios da Biblia, 29:7)


Evangelho foi astutamente transformado em Gospel. (Não por mero acaso, brasileiro tem sido, a começar por eles, considerado ser inferior aos falantes de gospel, escolhidos por Deus para salvar o planeta e o proprio Patropi).

E um aplauso para Jesus - como andam pateticamente encerrando suas "orientações" hoje, às vesperas das eleições denominadas "politico-espirituais" em favor dele - e nem poderia ser diferente - de Jair Bolsonaro, quem torna moda entre as criancinhas brasileiras gestos ameaçantes com as mãos, como se fossem dois revólveres. 

Apos uma oratória recheada de uma escancarada neurolinguista que intimida de maneira sutil, o que de melhor sabem fazer, "votem no Bolsonaro, e palmas para Jesus, irmaos!". Aleluia! 

Obedientes à autoridade celestial, as multidões aplaudindo o novo presidente, centro do discurso finalizado com o desgastadissimo nome de Jesus como ultimo e grande chacoalhar das cordas sobre as marionetes. 

Eis que entra triunfante Jesus no pobre espetáculo! A entrada triunfante do seculo XIX! (As vesperas das eleições de 2010, estes mesmos seres repugnantes colocaram a candidate de esquerda, Dilma Rousseff que foi guerrilheira nos tempos de ditadura militar, como apostolo Paulo do século XXI).

Mais uma vez para lavar de vez os cérebros, no caso especialmente de haver uma ou outra ovelha esbocando a "rebeldia" diante da autoridade: "Bolsonaro presidente". E logo depois, nao pode faltar: "Amem, Jesus!".

Eis que a casa criadora do gospel, a tal de Renascer em Cristo, banalizadora do nome de Jesus como poucas, entre diversos politicos de pessima memoria apoiou fervorosamente ele, ele mesmo em mais de uma candidatura: o senhor engenheiro, doutor Paulo Maluf! 

A epoca, havia um movimento dentro da Renascer chamado Bola de Neve, que virou igreja, de propriedade do "ap" Rinaldo, um publicitario, hoje fervoroso apoiante de Jair Bolsonaro.

Pois agora, que o dito-cujo esta em baixa, obviamente que os renascentistas do marqueteiro "apostolo" Estevam "tiraram o time de campo", e até tentam negar o histórico apoio a Maluf que estão ai, podendo ser facilmente comprovados atraves dos sitios de busca na Internet.

Aliás, a Renascer sobrevive com franquias Brasil afora que, se incapazes de gerar lucro, fecham as portas. Não ha, portanto, nada de "divino" no crescimento de todas essas casas, como reivindicam para si. 

Vivem do lucro.

Pensar é o trabalho mais dificil que existe. Talvez seja por isso que tão poucos se dedicam a ele

(Henry Ford)


A que nivel chegamos, como brasileiros? Em se tratando dessas casas de espetáculo que nem sequer protestantes são - quanto mais evangélicas! -, nenhuma surpresa.

Apoiados no medo do castigo hoje, do inferno amanhã, e no ilimitado emburrecimento das massas, esses autoestabelecidos pastores, apóstolos, bispas e bispos exercem dominio e pilham essas multidões, blindando-se nos privilégios de um sistema completamente verticalizado e, nem poderia ser diferente, bem menos transparente que o próprio sistema politico corrupto.

Ninguém está mais desesperadamente escravizado, que aquele que falsamente acredita ser livre

(Goethe)


Cupulas totalitarias, rivalizam-se entre e dentro de si como e natural em todas as mafias, mesmo entre traficantes de drogas dos mais vagabundos. 

Com redea curta e pouco milho, sobre seus suditos primam pela teorização; o climax espiritual disso tudo nao e a pratica diaria que evidenciaria virtudes interiores, mas a capacidade de persuadir enfim, a antivirtude é sua marca registrada: a capacidade de convencer ao invés de conscientizar, o proselitismo que gera intolerancia por um lado, e fazer crescer o mercado que mais cresce no Pais: exatamente o mercado gospel, de péssimo gosto. 

E tralha gospel nao falta! As inanimadas são o que ha de menos sofrivel neste mercado cujo principal produto-tralha e feito de carne, osso e, desgraçadamente, cerebro (o grande problema dos autoritarios representantes de Deus na Terra).

Como dizia o cineaste frances Claude Chabrol: A estupidez é infinitamente mais fascinante que a inteligência. A inteligência tem seus limites, a estupidez não. 

Pensar é o maior perigo nestes locais. Não por acaso, exatamente a gente dos milicos Bolsonaro e Mourão desde o inicio do golpe de 64, além de espancar estudantes e trabalhadores em geral, tratavam de invader casas, bibliotecas, livrarias e universidades não só para torturer e assassinar, mas tambem, outra prioridade, queimar livros de Sociologia, Filosofia, História, Ciencias Politicas etc.

Emburreceram a Nação, e hoje continuam cobrando seu preço. 

Não há nada mais adoecedor e imbecilizador, que o perpétuo aprendiz de um ensino que não produz efeitos práticos em sua vida

(Caio Fábio, psicanalista)


Assassinos de almas! Estão de volta - nunca se foram, apenas se trancaram no armario da covardia, aguardando as ordens de seu amo do Norte, que norteia nossa morte.

Bolsonaro tem gerado contra seus eleitores e no Brasil, aquilo que diz combater. Violencia, divisão social, dependencia, a velha escravidão que insiste em marcar esta Nação.

Sobre a capacidade impar que possuem de dividir sociedades, vale relembrar os recentes estudos arqueológicos (se não bastassem incontáveis evidências cotidianas) que contradisseram mito de que religião une sociedades, e leva paz às nações.

Realizadas no México pelo professor Arthur A. Joyce e pela professora Sarah Barber nos vales de Rio Verde e de Oaxaca (costa pacífica do México), as pesquisas científicas que avaliaram o período de 700 a.C. a 22 d.C., apontaram a religião como fator agravante para confrontos, fortalecendo de maneira ínfima a união das comunidades locais além de servir como obstáculo para o desenvolvimento de grandes instituições. 

Os estudos demonstraram claramente que aqueles que controlavam a vida espiritual e os rituais religiosos, com grande frequência confrontavam-se com líderes seculares por interesses pessoais (alguma semelhança com os dias de hoje, e com o que conhecemos da pobre e mal-contada história?).

No caso do Brasil contemporâneo, cara de Bolsonaro é muito parecida com a da dita "Igreja" - mas será a de Jesus? "Igreja" sisuda, mesquinha, sectária, obscura, truculenta, incauta, antipática, demagoga, elitista.

Não se poderia esperar absolutamente nada além disso de instituições - neste caso, as confrarias autodenominadas evangélicas - menos transparentes que o proporio sistema politico podre que nos oprime.

Instituições que não tem, a cada desgraça neste pais, resposta prática nenhuma a dar à sociedade.

Fraseologias mais baixas. Poeticismo biblico tão ridiculo quanto termina por jogar este segmento social cada vez mais no descrédito. E eles acham (ou dizem que acham) que a culpa é do diabo!

Tanto quanto Bolsonaro, as confrarias religiosas que enfiam a cruz de Cristo no bucho alheio apoiando-o, casas que não são evangelicas e nem sequer protestantes por excessivamente reacionarias, a antitese de um Estado de direito - livre, tolerante, justo, pacific, onde haja harmonia apesar das diferenças.

Tradição é a personalidade dos imbecis

(Maurice Ravel)


São o oposto da figura de Jesus, personagem que, em termos praticos e ate retoricos, não cabe nas quarto paredes de suas casas de espetaculo. 

Pobre Jesus: se resolvesse voltar hoje, de surpresa para "sua" casa! Seria assassinado pela Terceira vez! (Pela segunda, ja foi quando da criação desse maldito cristianismo reacionario, elitista por Constantino, no século III).

Não merece um minuto sequer da nossa filosofia a fim de se tentar compreender tal aliança, não se trata de nenhum "fenômeno a ser sociologicamente desvendado": ambos se merecem, natural casamento. 

Trata-se, aqui também, da milenar e canalha aliança religião-politica mais baixa mais descarada, uma apoiando-se na outra para violentar, explorar e acumular. (Eles achavam que poderiam efetivar tal aliança com o "apostolo Paulo do seculo XXI", em 2010, mas por algum motivo a armação debaixo das saias de Deus não surtiu o efeito esperado...). 

Uma nódoa da civilização, é o apoio de países que pregam democracia a ditaduras corrompidas e sanguinárias

(Antônio Luiz da Costa, professor)


Que se fique registrada a questão, inevitavel: se o brucutu de turno, "o preferido de Cristo" eleger-se presidente, e daqui a quarto anos a violencia estiver ainda mais deteriorada, e estara, a sociedade ainda mais dividida em odio, e estara, as confrarias que hoje o apoiam haverão de se comportar como, por exemplo, nos anos pos-ditadura militar, isto é, no mais absoluto silencio sem fazer a devida mea culpa?

O presidenciavel em questão fere nada menos que os direitos fundamentais do ser humano. 

Enquanto isso os donos dos templos, rememorando os piores anos da Guerra Fria patrocinada por seus padrinhos de Washington, voltam a gerar terror psicológico entre os milhões de cérebros lavados de sua propriedade que individuos de esquerda combatem a religião . 

O que se condena, ao contrário, é o emburrecimento em massa como metodo de dominar, manipular e acumular riquezas, no que essas confrarias religiosas ocidentais são lideres mundiais, imbatíveis.

Muitas pessoas exigem liberdade de expressão, como compensação pela liberdade de pensamento que raramente usam

(Søren Aabye Kierkegaard, filósofo, teólogo, poeta e crítico social dinamarquês, 1813-1855)


Exatamente este segmento apoia o projeto Escola sem Partido que, precariamente disfarçado de alguma coisa que prima pela diversidade e neutralidade, visa impor uma mordaça ao professor - com um fim bem claro, dado o contexto disso tudo. 

Especialmente o setor religioso, defende uma postura "apolitica" alegando que cabe à familia, e apenas à familia, discutir e conscientizar os filhos - inclusive sobre politica. 

E evidente que essa postura com ares apoliticos possui uma tendencia politico-fascista muito clara, e ai esta, nestas vesperas de eleições presidencias, mais uma incontestavel comprovação de que, sim, eles possuem um lado muito claro e que a sucessão de "projetos" liberais possuem uma essencia ditatorial bastante acentuada.

Se (para eles) não é papel do professor questionar assuntos poíiticos em sala de aula, nem colocar sua posição diante dos alunos, (por que) é então papel de pastor, bispa, apostólo e coisa que o valha, travestido de democrata liberal impor sutilmente, valendo-se da posição de voz oficial dos Ceus, em quem seus incautos fantoches devem votar?

Por que devemos aceitar como normal isso? Qual o jogo deles?

Sem entrar no merito da questao, se o projeto mencionado e viavel ou nao, a incoerencia religiosa, mais uma vez exposta em seu entusiatico e aberto apoio a Bolsonaro, evidencia a tendencia e o objetivo gospel.

Apenas um ser completamente mergulhado nas maiores profundezas da escuridao intelectual, e incapaz de perceber que a alianca gospel-politica, visa manter os privilegios do poder, estatal e religioso.

Aliança Nada Santa

 

"Não existe organização criminosa mais bem-sucedida, que a que conta com apoio estatal"

Misha Glenny em McMáfia - Crime sem Fronteiras


Sobre a velha aliança Estado-religião e a despolitização como suporte à opressão perpetrada pelas classes dominantes, vale observar que através do Relatório Rockefeller de 1975 substituiu-se na América Latina a Igreja Católica - parceira já não muito confiável - através da criação e financiamento de seitas evangélicas pela CIA, pelo pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos e ONGs de fachada a fim de combater ideais socialistas na América Latina em defesa do imperialismo norte-americano. 

Exercendo lavagem cerebral, manipulando, dominando e acumulando riquezas, tais seitas possuem a acentuada capacidade de penetrar em setores populares que determinados movimentos não conseguem alcançar, sendo que muitas delas têm estado envolvidas até no tráfico de armas por meio de lideres supostamente religiosos de péssimo nível intelectual, o que pode muito bem explicar o "enigmático fenômeno" de "igrejas" multimilionárias e, automaticamente, a própria multiplicação de armamentos em territórios nacionais. 

Já houve denúncias por parte de indignado pastor evangélico brasileiro, de que alguns colegas participam da lavagem de dinheiro de políticos nacionais e do narcotráfico).

Os autores do relatório, arquitetado e financiado pela Fundação Rockefeller que, historicamente, promove políticas de dominação e exploração global através sobretudo da lavagem cerebral induzindo medo às massas, reclamaram, então, do que denominaram "excesso de democracia" alegando que este sistema só funciona se houver apatia e desinteresse societário. 

Em outras palavras: o capitalismo apenas se sustenta apoiado na alienação e despolitização dos indivíduos, na retirada de seu senso de cidadania e da noção de sua posição no mundo.

Pois WikiLeaks liberou telegrama secreto revelando que realmente existe uma organização secreta da qual a família Rockefeller é uma das 13 dinastias Illuminati, atuando como governo global nas sombras e estreitamente ligada ao governo dos EUA; o próprio Federal Reserve, banco central norte-americano, pertence a oito famílias-membro dos Illuminati, entre elas os próprios Rockefeller.

Um vídeo em que líder Illuminati recebe e orienta novos membros na sociedade secreta mais poderosa do mundo, evidencia como a organização controla todas as esferas da sociedade, desde a economia até a mídia, passando pela educação e pela própria religião - sobre esta, é revelado interesse muito particular e domínio completo: nas próprias escolas de Teologia é exercida influência, ditando em que se deve acreditar e como se proceder.

A seguir, transcrição da passagem em que se explica o domínio sobre as instituições religiosas cristãs, em tradução livre do inglês ao português:

A religião tem servido aos nossos objetivos de uma maneira incrível. É a mais antiga e talvez a mais gloriosa forma de controle social utilizada pelo Corpo [Illuminati].

A religião perdeu seu controle sobre as pessoas, de maneira que o fanatismo é resultado de tal declínio, o que ajuda o Corpo. Nossa influência invisível sobre as igrejas ajuda a criar cristãos fundamentalistas, para manipular suas opiniões sobre acontecimentos atuais de acordo com a política do Corpo. 

Eles [líderes religiosos] são enviados a nossos ministros que lhes interpretam a Bíblia, e eles pregam isso a seus seguidores. A fé cega deles é utilizada para lhes transformar em soldados voluntários para defender nossa causa durante a catástrofe que está por vir.

(...) A ascensão do fundamentalismo islamita é uma vantagem ao Corpo Illuminati, através de ameaças de violentos ataques. Nos próximos anos, os ataques terroristas justificarão retaliação, iniciando a fase final do Grande Projeto [Nova Ordem Mundial].

Os cristãos apoiarão nossas ações, visto que a crença deles será demonstrada como verdadeira para as profecias do fim do tempo, criadas diretamente pelos líderes religiosos do Corpo Illuminati.

Há um só Deus, e um mediador entre Deus e os homens: Mamon

(Máxima historica das religioes dominantes e dominadoras ocidentais. Que tal?)


Na realidade, a raiz do protestantismo e completamente elitist e reacionaria, caracteristica que o acompanharam por toda a historia: essa seita que, como foi observado mais acima nem sequer protestante na acepco do termo e (quanto mais evangelica!) acabou estabelecendo "listas de dogmas". 

A partir disso, os protestantes primitivos, sob aprouve das lideranças, trataram de lançar à fogueira os que julgavam "hereges", praticando o mesmo que tanto haviam condenado em relação aos católicos, e que lhes valeu justamente o título de protestantes. 

Vale também apontar que, no campo social mais amplo, Lutero apoiou os príncipes alemães contra os trabalhadores do campo que, vivendo em completa miséria e sob profunda exploração, clamavam por melhorias das condições de "vida" (guarde esta palavra) - em nada obediente aos apelos de Jesus em favor dos pobres e injustiçados, mas oportunisticamente favorável aos mais poderosos da época. 

Alguma semelhança da maioria das ditas igrejas cristãs de hoje com seu grande mestre fundador? 

Foram ainda calvinistas (correspondentes aos presbiterianos de hoje) ingleses os que financiaram a colonização da América do Norte em meados do século XVI, sob o manto de povo eleito, predestinado a se apropriar daquele território após exterminar quase por completo seus milhões de habitantes "retrógrados", através de ataques com requintes de extrema crueldade que torturavam e assassinavam em massa, enquanto se apoderavam das diversas riquezas naturais de uma terra muito mais rica que a britânica. 

Enfim, a fundação de uma nova religião, no caso dos protestantes, enquanto a manutenção e expansão de outra, a católica, valiam a vida, passavam por cima dela indiscriminadamente. 

Trata-se de mais uma evidência do sectarismo religioso, a teoria, a filosofia religiosa que ao longo dos séculos até os tempos atuais enferma, aprisiona, explora, mata corpos e almas.

Eles devem achar difícil, aqueles que consideram a autoridade a verdade, ao invés de ter na verdade a autoridade

(Gerald Massey, egiptólogo)

 

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Author`s name Timothy Bancroft-Hinchey