De acordo com a organização Artículo 19, desde 2000 mais de 100 jornalistas foram mortos no México, e 23 encontram-se desaparecidos. Javier Valdez Cárdenas, correspondente do «La Jornada» no estado de Sinaloa, é a vítima mais recente.
Javier Valdez, autor de vários trabalhos de investigação jornalística e livros centrados no narcotráfico, no crime organizado e nas suas ligações ao poder político e económico, foi morto a tiro, esta segunda-feira, em Culiacán, estado de Sinaloa, onde era correspondente do diário La Jornada, editor do semanário Ríodoce e colaborador da AFP.
Valdez, de 50 anos, é o sexto profissional da imprensa a ser assassinado este ano, alegadamente, por sicários do crime organizado. Estas mortes seguem-se às 11 registadas o ano passado. Para a organização Artículo 19, que defende a liberdade de imprensa no México, a impunidade que envolve a morte de jornalistas no país americano funciona como um incentivo claro para que estes crimes continuem a acontecer, revela o Brasil de Fato.
Os dados recolhidos pela Artículo 19 - mais de 100 jornalistas mortos desde o ano 2000 e 23 desaparecidos - situam o México como o país mais perigoso das Américas e um dos mais perigosos do mundo para o exercício da profissão. A autocensura instala-se no sector.
No final de 2016, Valdez publicou a obra Narcoperiodismo, la prensa en medio del crimen y la denuncia, que se seguiu a títulos como Huérfanos del Narco, Los Morros del Narco, Miss Narco e Con una granada en la boca.
«Ser jornalista é como fazer parte de uma lista negra. Mesmo que estejamos blindados e tenhamos escoltas, eles decidem o dia em que nos vão matar», disse Javier Valdez numa das apresentações do seu último livro, segundo revela a AFP.
Foto: Protesto contra o assassinato de jornalistas no MéxicoCréditos/ la voz net
Fonte
Subscrever Pravda Telegram channel, Facebook, Twitter