A polícia militarizada do Chile (Carabineros) reprimiu, nesta quinta-feira (13), com jatos d'água e bombas de gás lacrimogênio a manifestação dos estudantes da educação secundária e universitária que pedem uma educação gratuita e de qualidade, além de exigir respeito às organizações estudantis que são atacadas constantemente pelo Estado.
Os estudantes chilenos repudiam o último balanço de gestão feito pelo presidente Sebastián Piñera no Congresso, que defendeu o modelo atual, objeto de fortes críticas por grande parte da sociedade.
Trata-se da primeira mobilização convocada diretamente pelos alunos secundaristas, apesar de já terem participado em outras convocatórias feitas por universitários.
Os jovens exigem do governo uma reforma profunda do modelo educativo vigente, que foi implantado durante a ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990), reduziu a contribuição do Estado e abriu a educação para o mercado, encarecendo o custo dos estudos.
Durante 2012, os estudantes organizaram duas grandes convocatórias para reivindicar avanços por uma educação pública, gratuita e de qualidade. A última ocorreu em 8 de maio e terminou com incidentes isolados entre um grupo encapuzado e a polícia.
O Chile é o país com a educação superior mais cara do mundo, segundo a Organização pata a Cooperação e Desenvolvimento Econômico. Segundo cifras oficiais, o Estado chileno é responsável por 18% dos custos, enquanto a população assume os 82% restante, uma taxa que supera a de qualquer outro país da região.
Além de Santiago, houve marchas em outras cidades chilenas, como Valparaíso, Concepción e Temuco. De acordo com os organizadores mais de 100 mil participaram dos protestos.
Da redação do Vermelho com TeleSUR
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