A Comissão Européia cancelou o encontro com Viktor Yanukovich marcado para 20 de outubro por causa da relutância do presidente da Ucrânia para liberar da prisão a ex-primeira-ministra Yulia Timochenko, condenada por abuso de poder. Embora por agora apenas se trate de adiar a visita, mas, obviamente, há uma certa deterioração das relações entre a UE e o atual governo ucraniano.
A visita a Bruxelas de Yanukovich foi planejada para 20 de outubro. Ele deveria se reunir com presidente da Comissão Européia, José Manuel Barroso, para discutir um acordo de associação entre a Ucrânia e a UE. Mas inesperadamente em 11 de outubro um tribunal de Kiev condenou a ex-primeira-ministra Yulia Timochenko a sete anos de prisão por abuso de poder.
Foi posta em dúvida a rentabilidade do seu país em prol de acordos assinados com a Rússia, no âmbito do fornecimento de gás, em 2009, nos quais a Ucrânia havia sido prejudicada. Os prejuízos foram estimados em cerca de 220 milhões de dólares. Na Europa a sentença foi enfrentada com desaprovação, motivada pelo suspeito do processo ter sido político.
A imprensa ocidental logo comentou que depois de tal veredicto Yanukovich complicaria as relações com a UE e por longo tempo adiaria o fechamento do acordo de associação e de zona de livre comércio com ela.
Comentando o cancelamento da sua visita Yanukovich disse: "Eu não quero andar a ninguém com pedido de um favor. Nós somos parceiros. Se quiserem encontro, estou pronto. Se não, eu vou continuar andando…". Além disso, o presidente ucraniano conclamou o Ocidente a respeitar o seu país, argumentando que a Europa e os EUA não haviam conseguido o ouvir quando falava da necessidade de não interferir à investigação.
"O processo criminal contra Timochenko deve ser separado da integração da Ucrânia na União Européia "- disse Yanukovich na entrevista com a imprensa estrangeira.
Até que ponto pode chegar o conflito entre a Ucrânia e a UE? "Em termos da imagem internacional da Ucrânia, Viktor Yanukovich está absolutamente certo quando diz que nenhuma integração européia nada vale em comparação com o sistema judicial do país. Sua opinião foi claramente declarada e a dirigentes russos e representantes da União Européia. Há muito tempo a Ucrânia não foi conversando com os seus parceiros de maneira tão rígida e não bajuladora. E tal determinação deve ser saudada", comentou em entrevista a Pravda.Ru o analista político independente ucraniano Vladimir Skachko.
Yanukovich está enfrentando uma escolha difícil — ou uma zona de comércio livre com a UE ou a entrada na União Aduaneira com a Rússia, Belarus e Cazaquistão. Alem disso a disposição da UE para o deslocar à "opção Lukashenko" depende de sua vontade de ver a Ucrânia na zona de interesses russos. E parece que presidente ucraniano fez essa escolha e passou a paragem "União Européia".
Primeiro, porque em 12 de outubro foi aberto um novo inquérito judicial contra Timochenko por tentativa de desvio de 405 milhões de dólares de fundos públicos no final dos anos 1990. Segundo os serviços de segurança ucranianos, Timochenko passou para o governo a responsabilidade de pagar ao Ministério da Defesa uma dívida do grupo Sistemas Energéticos Unidos da Ucrânia (SEUU), no valor de 405 milhões de dólares.
E em segundo lugar, o primeiro ministro da Ucrânia Nikolai Azarov junto com os homólogos da Rússia e mais sete ex -Repúblicas Soviéticas da Comunidade dos Estados Independentes (CEI) assinou na terça feira (18) um acordo para a criação de uma zona de livre comércio. Azarov afirmou que as vantagens econômicas, proporcionadas pelo novo tratado, são evidentes.
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