Nunca me senti tão revoltado, decepcionado e violado em aperceber-me que pertenço à mesma espécie que essas criaturas repugnantes rastejando na nossa comunidade internacional de hoje. A Questão da Líbia e a subsequente Assembléia Geral da ONU em setembro foi um estudo de covardia, falta de moral, falta de fibra e total desrespeito pela lei.
Uma analogia: O dono da casa orgulhoso, o filho e o vizinho mau
A analogia é perfeitamente simples de entender. Um homem bom tem as suas terras riças cobiçadas por um vizinho mau, que transforma seu filho em um viciado em drogas, lhe fornece heroína e convence-o a deixar a porta aberta uma noite. Numa noite de frenesim, o filho parte tudo em casa, quebrando os móveis e ateando fogo aos sofás, enquanto o vizinho mau estupra a mulher do proprietário e mata os seus restantes três filhos.
O vizinho mau usa sua influência para intimidar, persuadir ou subornar os outros membros da comunidade para reconhecer seu direito à casa, alegando que ele vai manter o filho sob controle e espera que o proprietário lhe entregue as chaves. O proprietário luta e defende-se corajosamente. Os outros membros da comunidade chamam-no, apelando para que se retire e que entregue as chaves. Ele se recusa, dizendo que a casa é dele e ele tem o direito de se defender.
Os membros da comunidade se unem numa Assembléia Geral, em que a grande maioria reconhece os direitos de propriedade do intruso. Um pequeno grupo se recusa, afirmando que sob a lei, o intruso é sempre um intruso e que forças externas não podem impor a posse de pripriedade pela força.
Moral da história: Se alguém invade a sua casa, incendeia-a, estupra sua esposa e mata seus filhos, você tem de se curvar e entregar-lhe as chaves.
Moral 2: Arme-se até aos dentes para que, se alguém invade sua casa, você tem as armas de fogo para destruí-lo e sua propriedade e punir os membros da comunidade que reconhecem os direitos do intruso. Pode ter a certeza de que vão fazer a mesma coisa outra vez, como qualquer estuprador de crianças, assassino impulsivo ou tarado sexual.
O direito internacional e a comunidade internacional
Que o direito internacional existe, que não haja dúvida. Que o direito internacional não é implementado da mesma forma, que é torcido, manipulado e insultado, idem. No entanto, um juiz desonesto não tem o direito de criar um precedente legal e a negociação de interesses por trás de portas fechadas não define o que está certo e o que está errado.
Pelo direito internacional, a Questão da Líbia era e é um assunto interno do governo Jamahiriya da Líbia, foi uma rebelião patrocinada do exterior (ilegal), auxiliado, financiado e armado no exterior (ilegal), planejado e programado com bastante antecedência pelos franceses, britânicos e os americanos (ilegal), cujos interesses egoístas estavam sendo bloqueadas pelo coronel Kadafi e seus projetos africanos.
À OTAN foi dado o sinal verde pela ONU depois de um evento de falsa bandeira; intrometeu-se em um conflito interno (crime de guerra), metralhou estruturas civis com equipamento militar (crime de guerra), destruiu o sistema de abastecimento de água (crime de guerra), bombardeou a grelha de energia elétrica (crime de guerra), interrompeu o abastecimento de alimentos (crime de guerra), assassinou civis (crime de guerra), colocou tropas no terreno (violação do direito internacional), armou os "rebeldes" (violação do direito internacional) e utilizando mercenários (violação do direito internacional).
Não importa se a maioria dos membros da comunidade internacional viraram as costas, aceitaram subornos e trocaram influências comerciais e interesses, deixando-se ser intimidados e pressionados a aceitar o novo status quo: a lei é a lei, o que é certo é certo e o que é errado, é errado. O preceito "Bem, o que está feito está feito, é muito tarde agora" é uma desculpa para aqueles que choramingam em covardia, aqueles que o seguem perderam qualquer vestígio de respeito.
Vamos ver o excremento terrorista que esta "comunidade internacional" apoia: racistas, terroristas, membros da Al-Qaeda, alguns tendo sido preso pela própria OTAN por combater contra esta organização, torturadores, assassinos, incendiários, estupradores, ladrões, vândalos - basicamente toda a sujeira que os esgotos de Benghazi poderiam jogar para cima, suas fileiras inchadas por mercenários.
Esses terroristas e racistas se comprometeram a implementar uma política de limpeza étnica, assassinando a população negra, estupraram mulheres, incendiaram prédios, mataram crianças, destruíram propriedade pública e privada, pegaram em armas contra o governo, assassinaram pessoas inocentes e enquanto escrevo, enquanto @ leitor(a) lê, várias dezenas de mulheres negras africanas estão amarradas em uma escola em Trípoli e estão sendo estupradas por essa imundície.
No entanto, esta é a escória que a comunidade internacional reconhece como o novo Governo da Líbia. Pelo direito internacional, esta comunidade não tem direito a reconhecê-los como o governo de qualquer coisa, por isso a ONU e esta comunidade perdeu toda a sua legitimidade. Como um juiz com a doença de Alzheimer que dá ordens a uma criança que roubou uma framboesa para que corte seu pênis e o enfie no seu recto, esta comunidade internacional acaba de assinar sua sentença de morte como um corpo legislativo, perdendo o direito a qualquer forma de representação do povo de nossa comunidade mundial. Observe a diferença na terminologia...a comunidade internacional morreu, nasceu a comunidade mundial.
O direito internacional e da comunidade mundial
Por repugnante, por decepcionante e por deprimente que a citada comunidade internacional pode ter se tornado, sai deste nevoeiro de confusão, das trevas e do mal, uma nova comunidade mundial com a integridade moral de se levantar e ser contado. Poucas nações tiveram a coragem de bater o punho na mesa e dizer: "Não! Nós não vamos reconhecer o CNT (Conselho Nacional de Transição), porque seu governo não foi legitimado pelo povo líbio, não vamos aceitar um governo que tenha sido imposto por potências estrangeiras" (egoístas).
Esta comunidade mundial é formada pelas seguintes nações:
Países que não aceitam o status do CNT como representante legal do povo da Líbia neste momento:
Angola, Antiqua e Barbuda, Bolívia, Camarões, Cuba, República Democrática do Congo, Dominica, República Dominicana, Equador, El Salvador, Guiné Equatorial, Eritreia, Guiana, Quénia, Lesoto, Malawi, Namíbia, Nicarágua, São Vicente e Granadinas, Suazilândia, Tanzânia, Trindade e Tobago, Uganda, Uruguai, Venezuela, Zâmbia, Zimbabwe
O raciocínio foi resumido habilmente pelo Ministério cubano das Relações Exteriores:
"Cuba não reconhece o Conselho Nacional de Transição ou qualquer autoridade provisória e só vai reconhecer um governo que se estabelece legitimamente e sem a intervenção estrangeira, através da vontade, livre soberana do povo líbio", criticando fortemente a intervenção da OTAN e "implantação de pessoal diplomático e operativa no campo "por aliados internacionais do CNT.
Vinte e sete nações saíram em defesa do direito internacional e bateram o pé contra terroristas e racistas. A ver vamos que tipo de livres e justas eleições democráticas vão ser realizadas na Líbia. O governo Jamahiriya ofereceu-se a realizar eleições e a OTAN e o CNT se recusaram, por isso vemos, finalmente, que é democrático e quem não é.
Qualquer processo eleitoral em que o Jamahiriya se propunha para o processo eleitoral e em que for recusado o direito de se candidatar será fundamentalmente ilegítimo e qualquer governo resultante de tal processo permanecerá tão ilegítimo como o CNT.
Enquanto isso, permanece a questão da intervenção criminal pela OTAN como uma organização por si e a responsabilização dos seus membros militares e patrocinadores políticos individualmente. Crimes de guerra foram cometidos, as provas destes existem e o caso vai ser elaborado em breve.
A base existe para a formação de uma comunidade mundial nova, uma comunidade de valores humanos baseados em princípios jurídicos comuns. A nova capital dos corações e mentes da comunidade mundial se deslocou para o sul, rumo a um novo pólo que se situa entre Manágua, Havana, Caracas, Luanda e Harare.
Bem-vindo, irmãos e irmãs! Agora, mãos ao trabalho!
Timothy Bancroft-Hinchey
Pravda.Ru
Subscrever Pravda Telegram channel, Facebook, Twitter