Por ANTONIO CARLOS LACERDA
Correspondente do Pravda Ru
SÃO PAULO/BRASIL (Pravda Ru) Ultimamente, a China multiplicou seus investimentos na economia de países da América Latina, notadamente nos setores de mineração, petróleo, infraestruturas ferroviárias e siderurgia.
Dessa forma, o gigante asiático está conquistando e marcando seu território na América Latina através do reforço e da diversificação da sua presença em uma região que registra um forte crescimento econômico, de modo especial o Brasil, um dos países emergentes do mundo.
Dirigentes e empresários chineses, nos últimos anos, multiplicaram as visitas econômicas feitas a países da América Latina, assinando acordos de investimento e exploração de petróleo como Venezuela, México, Brasil, Argentina, Equador e Colômbia.
Em julho passado, por exemplo, a China entregou à Venezuela, um país amigo, a primeira parte de um empréstimo de US$ 20 bilhões para financiar 19 projetos de desenvolvimento.
Em abril, o gigante chinês CNPC anunciou que ia pagar um ticket de entrada de US$ 900 milhões à Venezuela para ter acesso a uma reserva de petróleo na bacia do Orinoco.
Também em abril, um dirigente chinês anunciou que o Peru havia se convertido no principal receptor de capitais chineses na América Latina com US$ 1,4 bilhão investidos, dos quais US$ 1,1 bilhão em mineração.
No entanto, o país que mais atrai as empresas chinesas é o Brasil, devido especialmente as suas imensas necessidades de financiamento de infraestruturas.
Em Pequim, no foro de investimentos China-América Latina, o chefe da divisão latinoamericana do banco HSBC, Gerardo Mato, disse que "Mais de 50% das oportunidades de investimentos chineses na América Latina estão concentradas no Brasil".
Para a preparação do Mundial de 2014 e dos Jogos Olímpicos de 2016, ambos no Brasil, "se fala de cifras que vão de US$ 60 a 120 bilhões" e os chineses poderão levar sua parte, revelou o banqueiro.
Por não se contentar em comprar ferro brasileiro, a China já começa a fabricar aço no Brasil, como mostra o acordo assinado entre as empresas brasileiras LLX e chinesa Wuhan Iron and Steel, que investirão US$ 5 bilhões na construção de uma usina siderúrgica.
O interesse chinês abrange outros setores, como o das ferrovias, em particular trens de alta velocidade, no qual o líder francês TGV se vê desafiado por empresas chinesas em dois projetos: o brasileiro Rio de Janeiro/São Paulo e argentino Buenos Aires/Córdoba.
Há algumas semanas, a China e a Argentina assinaram acordos no setor ferroviário por um total de US$ 10 bilhões. As empresas latinoamericanas visam mais o financiamento para o seu desenvolvimento em seus próprios países do que, por exemplo, investir na China.
A brasileira Vale do Rio Doce, maior produtor mundial de ferro, anunciou que vai receber empréstimo de US$ 1,2 bilhão para financiar a construção de 12 embarcações de grande porte, destinadas ao transporte do minério para China, sua principal cliente.
No final de 2009, a Petrobrás obteve na China uma linha de crédito de US$ 10 bilhões, em dez anos, para financiar seu programa de investimento 2008-2013. Os Estados Unidos, que exercem uma influencia predominante na América Latina, declararam que eram favoráveis aos investimentos chineses.
"Não se trata de uma ameaça", afirmou, em agosto passado, o secretário de Estado adjunto americano para a América Latina, Arturo Valenzuela, durante una visita de cinco dias à China.
ANTONIO CARLOS LACERDA é Correspondente Internacional do Pravda Ru no Brasil e-mail:- [email protected]
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