O Presidente da Geórgia, Mikhail Saakashvili, aceitou as condições para o cessar-fogo na zona do conflito entre Geórgia e Ossétia do Sul e assinou o documento, que foi coordenado na terça-feira entre os presidentes da Rússia e da França.
Estados Unidos exibem mais uma vez sua mesquinhez enquanto a Rússia pranteia as vítimas do genocídio
-"Coordenamos o texto do documento inteiro com o Presidente Saakashvili e introduzimos algumas correções," disse Sarkozy depois das conversações com Saakashvili em Tbilisi na noite de terça-feira.
O documento será apresentado na reunião de ministros do exterior de todos os 27 países da União Européia. "Os ministros aprovarão o documento, ele se tornará uma resolução e terá força legal," disse o presidente francês.
Quantos às correções incluídas no documento, Sarkozy disse que tiraram a parte a respeito de discussão internacional acerca do futuro estatuto político da Abcásia e da Ossétia do Sul. Em seu lugar, Sarkozy e Saakashvili enfatizaram a necessidade de serem conduzidas negociações internacionais para garantir a estabilidade e a segurança dessas duas regiões da Geórgia.
"Estamos assinando este documento a respeito de princípios básicos no contexto da catástrofe humanitária. O aspecto mais importante do documento é o cessar-fogo. O processo de regulamentação deverá ser iniciado," disse o Presidente Saakashvili da Geórgia.
A Secretária de Estado dos Estados Unidos, Condoleezza Rice, espera que os russos cessem as operações militares, a escala das quais não se adapta às circunstâncias, segundo disse ela numa entrevista à ABC.
Condoleezza Rice declarou que a integração de Moscou nas maiores instituições do mundo estava em risco devido ao conflito armado.
"Os russos disseram que desejam ser parte dessa próspera e voltada para o futuro comunidade internacional, e francamente eles estão prejudicando em muito sua própria capacidade de conseguir isso," disse Rice à ABC.
"Há várias alternativas para a Rússia reverter seu curso e demonstrar que está tentando comportar-se de acordo com os princípios do século XXI," disse ela. "Entretanto, posso assegurar a vocês que a reputação internacional da Rússia e o papel que a Rússia pode desempenhar na comunidade internacional estão muito em jogo neste caso."
Rice declarou que a hora quando o mundo teria que lidar com as consequências do que aconteceu na Ossétia do Sul e na Geórgia chegaria, embora não tenha especificado que consequências a Rússia poderá finalmente enfrentar.
A Secretária de Estado dos Estados Unidos repetiu diversas vezes que a Rússia tinha muito a perder, inclusive sua reputação internacional e seu papel na comunidade internacional.
As observações anti-russas de Condoleezza Rice tornaram-se mais uma demonstração dos padrões duplos da administração Bush em termos de soberania e integridade territorial, noticia a ITAR-TASS.
Washington flagrantemente ignorou esses princípios há diversos meses, quando reconheceu a independência do Kosovo, uma parte inseparável da Sérvia. Entretanto, a administração dos Estados Unidos sem mais aquela considera os princípios de soberania altamente importantes quando se trata da Geórgia.
Rice declarou particularmente que, visto que a Ossétia do Sul e a Abcásia situam-se dentro das fronteiras internacionalmente reconhecidas da Geórgia, qualquer regulamentação dos conflitos tem que estar baseada na integridade territorial da Geórgia.
Enquanto isso, o Presidente russo Medvedev assinou um decreto declarando o dia 13 de agosto dia de luto na Rússia em conexão com a catástrofe humanitária na Ossétia do Sul.
"A despeito dos acordos a respeito da regulamentação pacífica da situação na zona do conflito georgiano-osseta e contrariamente à Carta das Nações Unidas, as forças armadas da Geórgia invadiram ilegalmente o território da Ossétia do Sul em 8 de agosto de 2008. Usando aviação e artilharia pesada, as forças armadas da Geórgia tentaram capturar a Ossétia do Sul, exterminando seus civis. A Geórgia portanto cometeu genocídio da nação da Ossétia do Sul, destruiu a cidade de Tskhinvali e outros locais povoados, do que resultou catástrofe humanitária na Ossétia do Sul," diz o decreto.
"Além disso, a Geórgia atacou o contingente militar das forças armadas da Federação Russa, que estava acantonado na região na forma de acordos internacionais visantes a normalização da situação na área do conflito georgiano-osseta. Isso é classificado como ato de agressão conforme a Resolução da Assembléia Geral das Nações Unidas de 14 de dezembro de 1974," diz o documento.
Tradução Murilo Otávio Rodrigues Paes Leme
[email protected] [email protected]
Subscrever Pravda Telegram channel, Facebook, Twitter