A corte marcial sentenciou o Praça Ronald Gray à pena de morte em 1988 por dois homicídios, uma tentativa de homicídio e três estupros que o soldado cometera na Carolina do Norte, onde servia. Suas vítimas foram duas mulheres militares e uma mulher civil. Tribunais civis do estado haviam anteriormente sentenciado Gray a diversas penas de prisão perpétua por dois outros homicídios e cinco estupros.
A lei dos Estados Unidos determina que, se a sentença de morte contra um militar for pronunciada por uma corte marcial, o presidente terá que dar sua aprovação. Assim, George W. Bush tornou-se o primeiro presidente dos Estados Unidos em 50 anos a aprovar a execução de um militar.
"Embora aprovar uma sentença de morte para um membro de nossos serviços armados seja uma decisão séria e difícil para um comandante-em-chefe, o presidente acredita que os fatos relativos a este caso não deixam dúvida de que a sentença é justa e merecida," disse a secretária de imprensa da Casa Branca, Dana Perino.
A história do Exército dos Estados Unidos registra muitos incidentes em função dos quais cortes marciais impuseram sentenças de morte a militares. Isso foi especialmente perceptível durante a campanha liderada pelos Estados Unidos no Iraque. Houve considerável número de incidentes nos quais militares dos Estados Unidos foram levados a julgamento por suas ações contra civis iraquianos. Pacificadores dos Estados Unidos estupraram mulheres e crianças, humilharam e torturaram homens desarmados.
O caporal Joshua Belile, do Corpo de Marines dos Estados Unidos, fez as manchetes de muitos jornais de todo o mundo com a canção que escreveu a respeito de um encontro fictício com uma família de insurgentes iraquianos.
Um vídeo de Belile cantando a música foi postado anonimamente em YouTube.com em março de 2006. Suscitou controvérsia num momento em que os Marines já estavam enfrentando investigação pública a respeito de alegações de massacre de civis em Haditha. Subsequentemente o YouTube tirou o vídeo do site, recusando o upload de quaisquer versões adicionais como violadoras dos termos de uso do site.
Na canção, o protagonista Marine encontra uma garota iraquiana que o convence a acompanhá-la até à casa. Em lá chegando, o Marine é confrontado pelo pai e pelo irmão da garota iraquiana, armados com rifles AK-47. O Marine, então, usa a irmã mais moça da garota como escudo humano. O pai e o irmão atacam, matando a irmã enquanto o Marine ri como doido. O Marine então esconde-se detrás de uma TV, responde ao fogo, e mata o pai e o irmão. No plano de fundo do vídeo, vivas e aplausos da platéia invisível podem ser ouvidos.
Belile disse, posteriormente, que a canção pretendia apenas ter caráter jocoso, baseada nas linhas do filme Equipe Estados Unidos: Polícia do Mundo - Team America: World Police, e pediu desculpas àqueles que ficaram ofendidos por seu teor. A apresentação, de acordo com Belile, teve lugar na base aérea de Al Asad, no Iraque, onde a unidade de helicópteros de combate dele estava posicionada desde março de 2006.
No vídeo, Belile está vestindo partes de um uniforme, embora não bastantes para caracterizá-lo como "uniformizado", visto que não há placa com nome ou marcas nacionais visíveis. A instituição militar dos Estados Unidos, como muitas outras, permite que os membros em serviço e empregados militares persigam seus próprios interesses quando não uniformizados.
Posteriormente ele foi exonerado de qualquer ilicitude.
Dwight Eisenhower foi o último presidente antes de George W. Bush a aprovar a pena de morte para um militar, em 1957.
Fonte: agências
Tradução da versão inglesa:Murilo Otávio Rodrigues Paes Leme [email protected]@gmail.com
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